Uma crônica de amor -- Cheia de sentimentos

Onde o meu amor dura, o coração palpita, ele tenta se manter no controle.

Eu sou destro e sei os pontos fracos dele -- mesmo por trás de uma carcaça tão bem entalhada com cicatrizes e sofrimento.

Minha respiração ofegante não me deixa pensar ou meu coração bater. As notificações do meu celular me desconcentram e os seus e-mails me deixam em polvorosa. Como alguém pode mexer tanto com você?

Eu não sei bem como funciona o amor. Mas, pelo que li da literatura inglesa, li de Austen e Hardy, eu estou sendo acometido por um distúrbio que te faz perder a cabeça, sentir "coisas", imaginar "cenas", sentir o cheiro de uma pessoa que sequer está próximo de você. Ah! O nome do distúrbio é paixão.

E isso parece ser tão perigoso!

Eu não gosto de perigos.

Mas, esse me instiga a ir mais profundamente, como um escalador almeja chegar no topo do Everest, como um perdido no deserto almeja um oásis, como eu desejo desesperadamente pelo encontro dos meus lábios nos dele.

O perigo, nesse caso, pode ser o medo dele em se entregar; o medo de perder o controle e se deixar... viver... transparecer... um prazer... ser.

Eu fico sem entender, às vezes. Eu sei que há amor em algum lugar poeirento e mofado (mas não estragado) do ser dele.

Ora, ora... Veja-me bem: um garoto que não se importava em ser deixado, que gosta do quem vem fácil -- mesmo que não seja bom -- e que não luta pelo que é difícil -- mesmo que seja ótimo --, tentando desenvolver formas e estratégias para conseguir acessar o porão onde está o amor nele, com um espanador, panos úmidos e lustra móveis nas mãos; ou, com um grampo para usar como chave para abrir as janelas e deixar entrar o sol nessa lugar úmido e escuro -- imagine a quantidade ácaros!

Muito além da Biologia, meu coração pipoca, meus olhos brilham com tanta intensidade que parecem fogos de artifício rasgando o coração [pseudo]escuro e [pseudo]sombrio dele.

Não pretendo desistir, como minha sede por ele não desiste de me importunar e me faz correr para o celular, seja para responder suas mensagens; comprar cuecas novas (mesmo que não importe); buscar roupas novas para agradá-lo e perfumes que sejam de seu agrado...

Quem era eu... Um brinquedo que brincava e se permitia deixar usarem-me.

Diego B Fernandes Dutra
Enviado por Diego B Fernandes Dutra em 01/07/2017
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