A Voz do Silêncio

Percebo uma agitação febril nos subterrâneos da minha mente

Loucos devaneios fugazes, subitamente, irrompem de todos os cantos sinistros da alma

Os lacres de segurança da porta do Ego foram violados

O caminho para o fim do êxtase parece estar sempre por um triz

Dentro de mim se plantou o caos

Dentro de mim se plantou a dor da existência

Dentro de mim se plantou o aguilhão da morte

Dentro de mim se plantou a guerra dos mundos

Sentir ou não sentir, eis a questão!

Lutar ou não lutar, eis a questão!

Sofrer ou não sofrer, eis a questão!

Esperar ou não esperar, eis a questão!

Talvez algum dia, viajando pelas estradas brilhantes de luz

Agarrado ao rabo de um cometa errante, na imensidão do nada

Alguma coisa aconteça no meu coração estraçalhado pelo descaso de amor

E o sol volte a nascer sobre a última fronteira da esperança