Observação cotidiana e a volatilidade dos sentimentos

A sensação de que não existe mais mentiras nas suas costas, que os campos se abriram e a cidade noturna sorri para você é inexplicável.

O cheiro do vinagrete do churrasco invade meu nariz e faz meu estômago berrar...

Ela me deixou e foi o melhor a acontecer!

Meus olhos captam tudo. Minha pele nota que o rapaz na poltrona ao lado está muito quente.

O motorista parece estressado. A música não parece agradar meu coração.

A sensação continua. Cada vez mais forte!

Eu me sinto forte.

"Sem mentiras"...

O céu está um azul lindo para um crepúsculo, ainda que ofuscado pelo reflexo luminoso da cidade. Cheio de pontos vermelhos e pistas brancos, grandes espigas de concreto e ferro se esticam para ele - o céu.

O ônibus sobe ladeira. O ônibus vira a esquina. O ônibus desce a ladeira. Ops! Uma curva descida.

E meu coração? Aguentando os solavancos dessa urbanidade.

Oh, que rapaz bonito! Ele me olha enquanto passa seu cartão na bilheteria eletrônica. Traz no rosto um bigode anos 70, uma mochila com um daqueles papéis coloridos de fazer colagem escapando dela, um brinco olho de gato na orelha esquerda - à sua esquerda -, uma bermuda estilo urbano. Ele se sentou e eu... Ah! Que crônica cliché!

Me estico um pouco mais na poltrona. E o rapaz do lado me acompanha.

Uma estrela aparece no céu. O motorista furou um sinal laranja com uma buzinada que acordaria ursos hibernando.

O vento só balançou algumas folhas de grama. Me toquei que era só o vento movimentado a partir do movimento do ônibus - que foi de desaceleração.

Oh, apareceu mais duas estrelas acima da primeira! Que lindas...

Estou segurando uma linha? Será que é a linha que ajudou matar o Minotauro?! Não poderia perder a oportunidade de aludir isso, evidentemente. Evidentemente...

Gosto dessa palavra!

Às vezes, as coisas estão tão na nossa cara que nem notamos que ela está ali, como nossos olhos, nosso cabelo, nosso nariz; embora ainda faça uma penumbra.

O moço ao lado resolveu se ajeitar na cadeira e agora me aperta. E eu? Eu estou confortável. Gosto desse contato que não temos mais...

Eu só queria saber como você me quer. - Meu pensamento pulou do cotidiano para uma crise sentimento-existencial (existe essa palavra? Se não, acabou de ser criada por aglutinação!)

Meu desejo de você está tão faminto... Esse perfume me faz lembrar você! Me faz sentir fome do teu corpo...

Eu quero foder com você.

Meu desejo... Ah! Ele não se importa com você. Ele só quer você.

Eu quero provar você - me alimentar de você e te pôr a prova também.

Será que consegues?

Eu tenho que sentir o gosto da sua autoestima quebrada, me dizendo: eu preciso de você.

Porquê foi assim que você me deixou. Mas eu retomei o controle. E agora é tudo meu.

Uma centena de estrelas surgiram no céu. Encontrei um congestionamento natural para a hora. E meu coração? Enraizado na liquidez dos sentimentos, ele não mais sofre solavancos.

_Desculpe-me pelos erros gramaticais e ortográficos. Escrevi pelo celular.

Diego B Fernandes Dutra
Enviado por Diego B Fernandes Dutra em 15/05/2017
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