Espaço existencial na Pintura com o Cubismo

A angústia do espaço ilusionista da representação pictórica, da perspectiva tradicional com único ponto de vista parece caracterizar uma rejeição profundamente existencial quanto aos valores da percepção ético/estética clássica, em favor do que caracterizou o movimento Cubista na pintura deflagrado por Picasso e Braque em princípios do século XX. O espaço clássico da representação na pintura cederia de maneira inexorável diante da nova realidade existencial, filosófica, tecnológica e com ele o olhar do mundo?! O objeto e o espaço agora decompostos precisavam serem vistos por todos os lados e meandros e se Braque enfatizaria sua obsessão na pintura para com um espaço quase tátil, como registra a historiografia da arte, agora este se materializaria com a descoberta Cubista , pois aquelas áreas de vazio do espaço ilusionista da renascença agora o olhar e o pensamento ético/estético da filosofia cubista poderia incorpora-se aos objetos, coisas, pessoas... multiplicidades, fragmentos de uma nova ótica do que se pinta, do que se vê, do que nos olha, lembrando Didi Huberman...se Picasso agora decomporia o espaço e as formas em intrincados planos ,Braque traria os espaços circundantes das coisas e do tempo para frente à branca tela, à rústica pedra , a inominados suportes, onde o homem projeta o que sente, o que pensa, o que cria, tudo se interligaria como uma malha em direção à ótica do mundo...o Cubismo enfatizaria um novo plasma perceptivo na pintura, em favor de uma paleta quase monocromo, salientaria as propriedades esculturais das formas, a geometrização primeva de nossa ancestralidade, do quântico irrepresentável?!

Lilian Reinhardt

Graduação/Superior de Escultura/EMBAP

Pós Graduação/História da Arte Moderna e Contemporânea/EMBAP

(Escola de Música e Belas Artes do Paraná)