DEUS E EU

Certo dia, estava eu à beira de um rio, solitário, pensativo e a pescar.

O sol já queimava minha indefesa epiderme, que minha paciência já dava sinais de até logo. Para o agravo confirmar-se, ainda não havia fisgado nenhum peixe. Contudo, pensativo, olhei à abobada celeste e propus a Deus uma condição. Estando eu presidente da associação de meu bairro, com 100(cem) associados, e tendo a mega sena acumulada nesse final de semana em 100.000.000,00(cem milhões de reais), se sorteado fosse, dividiria o prêmio entre os associados e eu e caberia 1.000.000,00(um milhão de reais) para cada um. De repente surgiu não sei de onde um menino, desconhecido, mas que sabia meu nome. E perguntou-me: Estar pescando Marcos Dui? De pronto respondi. Não! Estou molhando o anzol e a isca. Não estás vendo. Claro que estou tentando pescar. O menino então me pediu uma isca para também pescar. Então, perguntei. Como você vem pescar e não traz isca? Embora com minha mesquinhez, eu entreguei uma isca para o menino. Que de imediato fisgou logo um peixe. Fiquei colérico e disse-lhe. Ora que afronta menino, vem pede minha isca, fisga meu peixe... saia desse local, esse ponto de pesca é meu. O menino, dirigiu-se para o outro lado, porém antes me pediu uma nova isca. Repetiu a mesma façanha, fisgou outro peixe. Logo fiquei irritado e falei. Como pode você vem pescar, não traz isca, usa as minhas e ainda fisga meus peixes! Subitamente lembrei de minha proposta a Deus. (no início do texto) Eu dividiria 100 milhões se sorteado fosse. De joelhos e arrependido, com lágrimas nos olhos, pedi perdão a Deus. Levantei a vista, não havia mais a presença do menino desconhecido.

Deus nos fala a todo instante... precisamos silenciar e ouvi-lo com nosso coração. Se uma isca eu não queria dividir, como dividiria um milhão?

MARCOS DUI SANTOS
Enviado por MARCOS DUI SANTOS em 29/03/2017
Reeditado em 29/03/2017
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