A xícara

As luzes da sala estavam apagadas quando Alberto entrou, ele havia aberto a porta lentamente e caminhará em direção a cozinha com os sapatos na mão para não fazer barulho e acordar a Vivi, enganou-se. Vivi estava acordada e muito bem acordada, sentada no escuro propositadamente no canto esquerdo da sala, bem na sua poltrona preferida. Ela queria ver com seus próprios olhos a que horas Alberto iria chegar de sua reunião semanal com a diretoria do sindicato, ali estava ela, sentada com uma xícara de porcelana francesa nas mãos, tomando chá de camomila para manter a calma.

O ar era frio o relógio de ponteiro com símbolos de frutas que eles ganharam de presente de casamento da Tia Madá, tia do Alberto, marcava 02:25 da manhã; A reunião foi boa Alberto – Indagou ela com uma voz firme no meio do breu da sala. Ele respondeu quase que instantaneamente, assim de sobressalto – Vivi, você ainda ta acordada? Sim, estou! Respondeu ela novamente do meio das trevas da sala.

-Mas você não me respondeu como foi sua reunião? Ele meio desconcertado pela visível desconfiança dela respondeu mecanicamente que havia sido muito chata, que o Fernandes havia tido um problema lá com o diretório e tal e que isso travou todos os trabalhos da mesa.

Hum, entendo! E a Jandira? -- Jandira, que Jandira? Perguntou ele meio gago e ainda com os sapatos na mão, não sabia por que mais ainda estava na ponta dos pés como a não fazer barulho. Aaaah! A Jandira, ela é a nova secretaria da firma, mas não participa dessas reuniões não amorzinho, tem muita coisa a ser discutida e não é da ossada dela, Vivi e Alberto riram.

De repente ouviu-se um baque, um som forte como de um corpo caindo ao chão, era Alberto, desmaiado após ser atingindo na têmpora esquerda por uma xícara de porcelana francesa, a mesma que Vivi estava tomando chá de camomila para se acalmar.

Mathos
Enviado por Mathos em 27/03/2017
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