Morrer Custa o Olho da Cara
Por: Alexandre d’ Oliveira
 
 
E por falar tanto em situações difíceis, eu confesso que parte do que recebo da aposentadoria desce pelo ralo, sai pela culatra, cai do alto do esquecimento e se esparrama pelo chão com todo gás, e quem se vê atrelado bem ou mal no final de cada mês é aquela que bem sabe que eu a ajudo em dar banho e comida a sua mãe de mais de noventa e poucos anos, a mesma passa a ser criança, e nos contamos em trocar fraldas e vemos demais profissionais furar os olhos, saindo da casa, num troca, troca danado querendo mostrar competência. Imagine então, se ela quando na ativa não tivesse feito alguma reserva já pensando num momento destes, já que ficar velho aqui, é descobrir o Brasil de novo onde até para fazer suas necessidades precisam da nossa compreensão e de nossos esforços.

É meu velho, a idade chega, e eu espero quando chegar a minha seja bem melhor que vejo, e isto que relato faz parte, da vida daquela que tanto na brincadeira me chamara disto e daquilo, no mínimo de cachorro louco, e ao vermos estas cenas também ficamos comovidos,  tristes por sinal. Nossos  olhos, se enchem d’água se bem compreendem tal situação. Imagina então aquelas pessoas em algum corredor esperando sua vez, de tomar remédios é claro. Porque morrer  custa o olho da cara, da boca, dos braços, de todo corpo.
 
Calma gente, isto faz parte de uma cidade que nem sequer de longe seus secretários se mostram atento às causas. E nos preocupa com essas nuances e pensam que na realidade já nem somos artistas presente neste imenso palco e precisamos compartilhar os cacos que nos restam.  Passar adiante toda verdade que alguém nos passou um dia antes. O que a leitora de repente mostra é a verdade mediante os fatos, se assim em pouco tempo tudo acontece, e sabemos que mais duro que seja todos nesta altura precisam um do outro. Ninguém nesta vida se bem entendemos a vida, vive só, e não saímos desta sem respostas. O que aconteceu lá atrás fora por alguém descrito de uns tempos para cá...
 
Ficamos a beira do cais olhando navios negreiros aportar, e de repente sair sem nos ditar nem dia , nem hora. Temos sim, e diante disto sabermos que acontece de forma inesperada, e quando acontece de termos na prateleira remédio ou não, e quando não dá para disfarçar ela assume o comando, e nos leva para onde ela bem quer se tudo passa a ser finito, e o amor é estação primeira. Mesmo que estejamos no outono, e sermos um pouco mais atento.

 
Reescrito em 18 03 2017