Respeito é bom e eu gosto!
Aparecida Linhares 
Serahnil 
08 de março - Dia internacional da mulher.
Temos que comemorar o quê?
A palavra da moda é "EMPODERAMENTO" feminino, onde ela se encaixa no contexto do poder atual feminino, eu ainda não vi, pois não percebo esse tal empoderamento adquirido que tanto alardeiam.
Poucas são as mulheres, que têm a chance de exercerem bons cargos no mercado considerado um território masculino, enfrentamos restrições por termos o potencial de nos tornarmos mães e é nítido o descaso ao nosso valor, ao recompensarem tarefas iguais, com salários diferentes, por trabalhos executados com a mesma ou maior competência exigida ao sexo masculino.
Infelizmente o percentual das que chegaram lá a duras penas, ainda é baixo, alcançar uma vaga no reduto que cheira a testosterona não quer dizer poder respirar com alivio, pois ainda tem a prova de fogo de demonstrar  todos os dias, a competência e mais uma vez mostrar "as garras" para obter o devido e justo respeito dos "donos" do pedaço, que se sentem ameaçados. Mal resolvidos, sentem-se desconfortáveis  por estarem ao lado, ou sob o comando do sexo feminino; sobram os "gracejos" depreciativos às escondidas. Cabe a "guerreira" empinar os peitos e dizer a que veio, demonstrando sua competência e cobrando respeito por estar ali, não pelo "teste do sofá".
Todos sabem da nossa força de trabalho dentro e fora do lar, mas culturalmente, preferem puxar o saco de um chefe limitado, incompetente e manipulável, que aliar - se "a chefe" competente que garante as saias que veste.
"Matar um leão por dia", define o que é ser mulher, tanto em casa quanto no mercado de trabalho, somos testadas, cobradas e observadas; torcem por um pequeno escorregão...
Por sermos mulheres exercemos tantos papéis, a nossa sobrecarga de deveres está muito longe de ser compensada pelos parcos benefícios, os "direitos" conquistados não nos são entregues numa bandeja. Enganam a quem? A luta continua...
Somos escravizadas, obrigadas a nos mantermos eternamente jovens, bonitas e bem dispostas a qualquer custo, disponíveis a qualquer hora, com um riso colado no rosto de pele sedosa igual um bumbum de bebê. 
Nos  ditam como devemos nos vestir para não sermos assediadas, aonde podemos ir...
O politicamente correto para a mulher, só falta ser tatuado em nossas testas. Ao sexo masculino é dado o direito de exibir um abdômen avantajado, sem nenhuma preocupação com a aparência física ou com a própria saúde (a circunferência abdominal é um alerta de problemas), a barba por fazer, o hálito de whisky...Não são motivos para demissão.
Para nós mulheres, o abdômen vira uma "barriga grande" por falta de cuidados com o trato corporal, a falta de uso do salto alto obrigatório por oito horas... Sim, são bons motivos de demissão, camuflados com a justificativa de contenção de despesas.
Para nós mulheres...
Como se não nos bastassem às sérias batalhas básicas por nossos direitos, temos agora a  obrigação de acompanhar a indústria da moda e estética, ideia padronizada por pessoas que acham que levam mais vantagens com as aparências, que com as  habilidades da funcionária, assim, uma vez mais é submetido o sexo feminino a superação, ao endividamento em prol de conservar o seu "espaço conquistado?"
 RESPEITO, RESPEITO, RESPEITO!
Falta o devido RESPEITO, ignoram nossa competência e nos sobram os desafios diários. Somos reprimidas por uma sociedade machista que se dá ao direito de: humilhar, espancar, estuprar e matar; independente da classe social. São brandas e retrógradas as nossas leis, que não punem com rigor uma corja de covardes agressores e não obedientes aos direitos das mulheres.
Começou a corrida por direitos iguais faz muito tempo e ainda não vislumbro a reta de chegada!  
Recebemos felicitações por sermos guerreiras em 08 de março de todos os anos, mas sería muito gratificante recebermos o reconhecimento devido todos os dias, pelo simples fato de sermos simplesmente MULHERES.
Troco o meu título de guerreira pela igualdade de direitos!
Aparecida Linhares (Serahnil)
Enviado por Aparecida Linhares (Serahnil) em 09/03/2017
Reeditado em 19/06/2017
Código do texto: T5935239
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