PRIORIDADES

Essa vida corrida que a gente leva, muitas vezes nos faz perder a noção de prioridades. Focamos tanto no nosso dia a dia, na nossa lida, nas coisas mundanas, que acabamos por esquecer que, certas coisas, nunca deveriam ficar em segundo plano. Temos como favas contadas que nossos amigos sempre estarão lá pra nós e nem nos apercebemos que já se passaram meses desde que falamos com eles pela última vez. Supomos, corretamente, que nossos pais nos amam incondicionalmente, mas esquecemos de que estão cada vez mais velhinhos e que suas necessidades são mais prementes. Eles nos querem mais perto, porque sabem que seu limite está mais próximo. E nem sempre damos a devida importância a isso. Atendemos as necessidades materiais de nossos filhos, sem notarmos algumas sutis (e importantes) mudanças em seu comportamento. Amamos nossos companheiros, mas não dizemos mais "eu te amo", só damos selinhos apressados, não olhamos em seus olhos, não escutamos mais o eco do amor que nos uniu.

Vamos ficando mais rasos, mais imediatistas, mais insensíveis. Não de propósito, claro, mas por termos como certo que a árvore cresceu e não precisa mais de nossos cuidados. Precisa. Precisa muito. Precisa sempre. Precisa ser podada, regada, amada.

Ainda agora, mandei uma mensagem para uma querida amiga, que não vejo tem uns 2 meses. Mandei um "oi, sumida!", na brincadeira. Mas a resposta dela me surpreendeu. Disse apenas, "tô sumida sim". Nessa simples resposta, senti que algo não vai bem em sua vida. Perguntei se podia ajudar e ela respondeu com um simples "não". Não insisti. Há ocasiões em que necessitamos de recolhimento e solidão. Há coisas tão nossas que não queremos dividir com ninguém. Respeitei o momento dela. Mas lamentei profundamente a minha ausência em sua vida nesses meses. Minha querida, perdoe-me. Apesar de tudo, saiba que te amo muito e que sempre estarei aqui pra você, pra qualquer coisa.

Que eu consiga rever minhas prioridades. Que eu possa não mais relegar a um segundo plano aqueles que são peças fundamentais do meu alicerce. Que eu possa não ter arrependimentos no futuro, por conta do meu comportamento no presente.

Sigo tentando ser melhor.
Rosa Pinho
Enviado por Rosa Pinho em 04/03/2017
Reeditado em 04/03/2017
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