HOMOSSEXUALISMO

Não recordo de qualquer momento de hostilidade, deboche ou rejeição a homossexuais, mesmo no passado distante, quando grassava o preconceito e o bullying. Sempre considerei essa questão distante da minha individualidade, mas sem força para sustentar qualquer tipo de desrespeito ou desconsideração. Também não sou protetor da categoria, mas adversário político ferrenho, colorado fanático, clube de futebol argentino, borracho, homem público arrogante, pra mim, têm muito menos chance de alcançar simpatia e amizade. Não é grande coisa para servir de referência, mas, para quem nasceu sob o signo do machismo, na década de 40, merece algum registro. Enfim, o que desejo dizer é que este não é um assunto tabu e que não tenho preconceito. A questão que me ocorre analisar agora, pelas dimensões que vêm assumindo, é o homossexualismo feminino, seja o bissexualismo – parece que um pouco mais prestigiado e corrente - ou quaisquer outras variações revolucionárias de padrões biológicos ou de costumes. Bem, o gatilho desta crônica foi o namoro assumido entre a comentarista de esportes da Globo, a bela Fernanda Gentil, com outra bela, de nascimento mineira e que vive, ou vivia, em Porto Alegre. Tenho lido tanto sobre casamentos e namoros entre mulheres, inclusive mães de família, antes casadas com parceiros masculinos, que sou forçado a concluir que o mundo está mesmo em transformação. Não me surpreenderia, a esta altura, que noticiassem que a Gisele Bündchen passou a namorar a Alessandra Ambrósio, que a Débora Seco anda de caso com a Carol Castro ou a Fátima Bernardes com a Glória Maria. Provocam-me eventualmente imagens entusiasmantes, dependendo da combinação dos pares, mas cultivo sentimentos de certa frustração sobre os destinos da humanidade. Tá certo, sou um dinossauro, faço parte de uma era diferente, ultrapassada, mas estou preocupado. Creio que é um direito que não me podem tolher. Que os casais sejam felizes, é claro, que ninguém mais precise ficar dentro do armário, mas se o ritmo aumentar e virar regra, vou ter de fazer uma reciclagem forte para as próximas festas, encontros e eventos da vida. Afinal, no meu tempo, a gente aprendia que um casal era formado por um homem e uma mulher, hoje, geralmente é assim, mas se multiplicam as variantes, que podem até lotar uma residência. Pelo que tenho lido, este carnaval vai pegar fogo. C’est la vie, estou ficando velho.