A beleza da vida

Alguns dias atrás recebi uma notícia muito agradável: uma grande amiga está grávida. Num primeiro momento fiquei um pouco apreensivo, afinal de contas tanto ela quanto seu namorado são novos, mas depois fiquei mais tranqüilo, pois sei que eles têm plena consciência do que estão fazendo. E tenho certeza que eles terão apoio, no que for necessário, para criar seu filho tantos dos familiares quanto dos amigos.

Dias depois de receber tal notícia comecei a pensar como nós, seres humanos, somos felizes em ter consciência do que está acontecendo a nossa volta e no nosso corpo. Os outros animais não sabem direito o que está acontecendo, eles apenas sentem.

Já paramos alguma vez para pensar no quanto é belo vermos uma mulher que está gerando outra vida dentro dela? Como a natureza, ou Deus (para aqueles que acreditam) é sábio em nos permitir isso? Temos nove meses, mais ou menos duzentos e setenta dias para nos preparar para receber aquela criaturinha que será o motivo e razão futura de tudo que viemos a fazer na nossa vida desse momento em diante. Teremos trinta e oito semanas para nos prepararmos e receber em nossos braços um ser que será totalmente dependente de nós por muito tempo.

Confesso que tenho um desejo enorme de ser pai, de ouvir pela casa o som de uma nova vida. E, por isso, a cada amigo ou amiga que me diz que vai ser pai ou mãe sinto uma pontada de inveja, não pelo outro está recebendo essa graça, mas por ainda não ter chegado o meu momento. E, de certa forma, tento observa-los e aprender o que deverei fazer quando minha hora chegar.

Por considerar tanto a maternidade quanto a paternidade como algo tão belo e um divino presente, não consigo entender algumas atrocidades cometidas contra seres indefesos que apenas querem uma chance de nascer, serem recebidos com amor e dentro desse sentimento crescer. Não vou aqui julgar esse ou aquele por qualquer tipo de ato cometido contra uma criança seja que idade tiver, inclusive as que ainda não nasceram.

Paremos um dia, por alguns instantes e observemos cenas corriqueiras do nosso dia-a-dia que não damos tanta importância. Como um casal que espera seu primeiro filho. Quanto eles curtem aquele momento, como já se sentem ligados àquela criaturinha que ainda nem um rosto tem. Ou como pais com seu bebê ou com crianças um pouco maiores que passeiam juntos e se divertem. Vejamos como a natureza é sábia e bela.

Somente nós, seres humanos, temos a graça de perceber, entender esses sentimentos, somente nós sabemos o que é ser mãe ou pai. Então que passemos a valorizar esse dom que recebemos e amemos os nossos filhos, os que já estão aqui e os que virão.