LUTO ETERNO

LUTO ETERNO

Duro lidar com a morte!

Mais duro ainda quando não se tem um corpo para enterrar. E ter que elaborar o luto!

Existem vários tipos de morte.

Existem as mortes acidentais. Degenerativas. Falenciais. E as ditas mortes naturais. E toda a morte é natural. É da natureza o nascer, o viver e o morrer.

Como se nasce. Como se vive. Como se morre. Depende das condições circundantes.

Que tipo de morte é mais triste?

A morte envolve, quase sempre, alguma tristeza. Mas tem um ponto comum em todos os tipos de morte. A separação.

É uma ausência! Um vazio!

Sabe aquele espaço que aperta e dói? Aquele espaço amplo que ecoa um nada em todo canto do nosso eu? Que parece que suga sentimento antropocentricamente… que ensurdece de tanto silêncio…

Que separa tanto, tanto, que a perda supera qualquer espera!

Sim. É quando nada mais se espera!

É aquela morte em vida.

Aquele viver longe. Tão longe… Que a gente sabe que vive mas que em nós morreu. Que para nós, morreu!

Que está lá. Em algum canto. Mas que a voz. O riso. O cheiro. O toque. Não soa. Não brilha. Não exala. Não acaricia. Não chega. Nem vai chegar. Mas que está existindo num outro dia a dia.

Feito aquela fantasia que a criança elabora quando a mamãe morre. Virou estrelinha. E está lá no céu brilhando. Enviando raiozinhos de luz pra ela. Velando a vidinha dela. De longe. De lá de cima.

Assim é com quem vive a morte daquele que vive num corpo que não morreu.

Existem mortes e mortes.

Casos e casos de mortes.

Este caso é o meu. E este luto é e será eterno!

Mírian Cerqueira Leite

Mileite
Enviado por Mileite em 11/02/2017
Código do texto: T5909122
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