Pingos de chuva



 
Escrever, às vezes dói, bem como viver, mas é preciso. E a gente foge da própria alma, disfarçando sentimentos, por necessitarmos distrair uma ausência física e sufocar um desejo que não cessa.

A vida não é uma flor ressequida bem guardada no seu livro predileto, a vida é rosas e espinhos jogados ao léu, por onde temos que passar. Bom mesmo é saber cair e ainda querer se levantar. Viver é sofrer, sofrer e também ser feliz. Porque viver, é ter que saber o tempo de correr, o tempo de parar, tomar fôlego e sempre recomeçar.

A vida é céu sem nuvens, depois é fim de tarde de nuvens carregadas, é noite negra ou de lua linda enfeitando sentimentos, nossos somente. É despertar e encontrar uma página em branco, onde escrever às vezes nos causa medo, quando por fim entendemos que querer não é poder, mas, basta soltarmos os nossos pensamentos, vamos esquecendo as nossas desilusões ou nos conformamos, já que não temos saída, porque seremos sempre um sonho querendo abraçar a realidade. Enfim, viver é pararmos pelos caminhos, para sentirmos o aroma da relva depois da chuva, é às vezes misturarmos os pingos de chuva com as nossas lágrimas, apagarmos uma boa parte do que nela está escrito e reescrevermos a nossa historia que vai pintando o tempo com a nossa passagem por ela.

                          












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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 13/01/2017
Reeditado em 13/01/2017
Código do texto: T5881186
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