Adoção, a metáfora do amor em silêncio

Abri uma página virtual com vários questionamentos sobre a criança da adoção. Perguntaram se aquele anjinho foi adotado e quais eram suas limitações. Eu pensei comigo em silencio: ah, essa pérola do sorriso de metáforas não foi adotada! Ela tem uma limitação muito além da espera e das burocracias dos homens...

Olhei para a folhinha na parede, com o som do relógio, e fiz as contas. Faltam largas horas e muitos dias para eu conseguir o certificado da adoção legal, pensei eu. Mas o tempo de uma lágrima poderá durar uma noite, pela manhã virá a alegria. Poderá ser logo amanhã!

Com o coração disparado, conversei com anjos e arcanjos, sem alarde. Se aquele sorriso de doce encanto estiver cravado nas linhas do destino, aquele ser pueril resistirá às cicatrizes do tempo, dos espinhos e do abandono.

E daremos muitos risos sinestésicos até que a metáfora do amor vire uma grande poesia, ou que outros sorrisos sem endereço certo venham banhar minha alma de poeta.

Abraço afetuoso ao leitor.

Rosidelma Fraga.