Pássaro Azul
Por: Alexandre d’ Oliveira
 
 
Depois de mais de trinta anos consegui pendurar minhas chuteiras. Entrei no clube da melhor idade, e ultimamente para não ficar parado, gosto de ao menos exercitar minha mente, fazer minha caminhada pelo parque onde pausa o pássaro azul da minha imaginação. Enquanto, eu descrevo alguns dos meus momentos, e assim tenho passado o tempo fazendo por onde viver. Acordo primeiro que minha esposa, esta que tanto se dedicou a nossa lida, de educar nossas filhas vou até a varanda do apartamento, olho para o sol, e em seguida tomo meu café matinal. 
 
Após o café, folheio o jornal, e leio um bom livro. Onde no momento leio o romance Até o Limite um romance ousado, inteligente e bastante criativo, escrito por uma jovem escritora que desde que soube do lançamento passei a admirá-la. E aproveitando sua deixa nas entrelinhas, eu me questiono. E se meu maior erro foi meu maior acerto?... Aonde daqui para frente eu irei parar?...  O que decerto posso encontrar?...
 
E assim passo tempo e mais tempo revivendo cada instante  Até parece que vivo num mundo distante onde somente eu lutei para sobreviver. Neste mundo eu sinto tudo ao mesmo tempo.  Sinto um frio horrendo, e sinto um calor enorme, e uma louca vontade de abraçar alguém que tanto fez por mim, mas logo cedo foi embora.
 
Saiu repentinamente da minha vista quando ainda bastante jovem. E eu, dentre uma e outras, passo e repasso páginas revirando a minha história, ansioso querendo saber por qual caminho seguir. Já andei pelo mundo, já que escrevi livros, gostaria sim de ter um filho que comigo conversasse bastante. Já que não devo sobre nada reclamar devido ter filhas maravilhosas.
 
Minha família é pequena, minha esposa e três filhas.  É verdade ainda estudo apenas para aprender o que ainda não sei.  Busco sem tanta modéstia realizar meu sonho, um sonho bastante difícil. Onde na verdade, são coisas da vida que acontecem simplesmente porque de fato eu gosto de escrever o que sinto e dizer que muito eu amo quando você faz sem nada exigir de mim.  Talvez para você nada mais que eu sinta signifique tanto.
 
Mas é simples assim como dois mais dois são quatro e eu não tenho medo de errar. Caminho, já com passos lentos, mas certo que eu chego lá onde bem penso te reencontrar. Enfim, deixamos sempre algo pendente durante toda caminhada.