Fragmentos de um Pedaço de Janeiro, Parte II.

Para quem habita esse muquifo na Cipriano Barata, cujo ventilador de teto pifou, ter que dormir na calçada devido ao calor não soa tão vulgar... Sarjeta lá vou eu...O problema maior são esses trombadinhas viciados em pedra. Por precaução, vou vestido só com minha calça jeans puída e a navalha entre os testículos...

Lembro-me que o que mais me motivou a ultrapassar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil foi o desejo de tocar fogo na carteirinha na frente dos que desconfiavam de minha capacidade. Tinha vinte e três anos e ainda não pensava a fundo na defesa dos necessitados e nem na função única e indispensável do advogado. Depois peguei a segunda via...

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O melhor argumento está na expressão artística! A rajada mais pujante se encontra num solo de guitarra!

A vida é essa prova sem conteúdo programático. Necessário estudar tudo! Detalhe crucial é que no término da contagem de tempo não se analisa quem errou ou acertou mais, mas quem suportou com mais parcimônia e perseverança.

Luis dormia um sono profundo quando a cadela latiu, o acordou e ao mesmo tempo, em uníssono, o lembrou que estava vivo dentro da existência corpórea. Até então levitava sobre o morro da cabeça do boi. Sem vontade de comer jaca, manga, joão-bolão, seriguela, jambo ou qualquer outro desejo, naquele sonho tudo que era inerente à carne fora extirpado. Luis via sim naquele sonho uma luz no fim do túnel... , até que a cadela latiu e o despertou para a sinusite, os tributos, as dores, as cores e todos os outros odores existenciais... Lembrou-se que ele também era um pesadelo...

Mesmo assim, como ocorre com os fortes, não deu a mínima e se foi...

Sabe-se lá para onde...