SAUDADE DO FUTURO

Saudade do futuro é quando se percebe com aquela evidente certeza que nada mais será como poderia ser um dia.

Não sabemos, e ninguém jamais saberá como será o futuro. A frase “o futuro a Deus pertence” pode não fazer sentido para quem não compactua com o metafísico. Mesmo assim, se o futuro não pertence a Deus, a nós, independente de crença, também não pertence. Pertencerá então a quem?

Meu conceito de vida que defendo e argumento é contingência. Simples: sabemos que algo será. Mas o quê?

A vida tem me aprontado “poucas e boas”, ou melhor, muitas e (sei lá se) boas. O melhor (ou pior) não posso reclamar. A vida tem sido generosa comigo.

Saudade do futuro é quando vivemos vários momentos que gostamos de viver e sobre os quais planejamos “futuros” momentos. De repente um destes momentos, ou outro, “enrola-nos” de tal forma que todas as outras opções devem ser preteridas. Temos de escolher e a opção é apenas uma.

Saudade do futuro é quando dá vontade de chorar “bem muito” e você não consegue identificar se a aquela dor indescritível no peito é pelo que você escolheu ou se é pelo que deixou o futuro levar...

Estou com saudade do futuro!