Perceba os sinais

Sei que é demais pra você, mas eu te avisei. Tentei de todas as formas te fazer enxergar a minha maneira de amar. Só que você queria tudo à sua maneira. Mas, meu bem, como eu te disse uma vez, você não é o sol e eu não sou a Terra para girar ao teu redor. Eu gritei, a minha maneira, o que eu sentia por você. Pois você me disse que o silêncio tem um volume alto. Bem... o silêncio está ecoando, meu amor, cadê você?

Do meu jeito torto, eu me fiz ausente para enfim estar presente. Desculpe o meu jeito indireto de amar. Mas, sabe, eu estava cansada de não receber resposta em todas as vezes que eu dizia o que sentia. Os meus rodeios com as palavras é uma forma de pedir pra você me abraçar e me obrigar a ficar, pois eu não sei pedir. O que parece uma rejeição é apenas uma forma de súplica pela sua súplica.

Essa autoconfiança é só a minha carência correndo pra não ser pega por você. Minha frieza é apenas uma calmaria para agitação do meu coração toda vez que encontro o teu olhar.

Essa força é eu tentando me apoiar no que sobrou do meu autocontrole. Essa minha liberdade é o meu lado sentimental pedindo sua risada no meu ouvido, enrolando os meus cabelos entre os teus dedos. Os meus braços cruzados é um convite para você seguir essa estrada ao meu lado, despreocupadamente.

Se sou seca é só meu jeito de dizer que você já é parte de mim. Minha serenidade denuncia a minha paixão. Meus olhos cerrados são um chamado para ti entrar na minha vida. Mordo os lábios com medo de você não entender como me faz bem. Mas, se decidir entrar, não repara, entra com cuidado, há um enorme bagunça em mim. Talvez você consiga me ajudar a arrumar. Não demore, venha logo.

Por que te faltou coragem, meu amor? Você não entendeu os sinais? Esse muralha é só uma forma de proteger o meu lado doce escondido, que quase ninguém ver. Eu quis te convencer, mas eu sei que não cabe a mim, não posso amar por nós dois, cansa muito. O pior amor é o amor retraído. Se não pode aceitar aquilo que te ofereço, sinto muito, meu amor, mas então é hora de terminar. Terminar aquilo que ainda nem começou.

Contudo, esse é só o começo do nosso fim. Pois de quase amores que morrem é que nascem as minhas melhores histórias. E vou deixar o tempo agir de maneira sutil, como só ele sabe fazer a mágica que nos alivia de toda dor. Pois não é só de emoção que fui feita, ainda restou algo racional em mim, meu amor. O tempo vai te mostrar tudo o que eu tinha a oferecer. Melhor que falar é mostrar, e melhor ainda, é perceber. Você verá que existem amores inteiros e amores que não se alimentam de “quases”, como o meu. Eu juro, meu amor, que eu tentei de mostrar de todas as formas o meu amor, a minha maneira de amar. Mas você não sabe interpretar os sinais.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 17/12/2016
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