COMENTANDO E FILOSOFANDO COM ENGENHEIROS - Longe demais das capitais

É mais que patente que toda forma de poder, inclusive o religioso, é uma forma de morrer por nada, até porque a morte não existe e é preciso que haja reparação para os danos causados enquanto “vivos”.

A única forma de poder sobressalente é o poder moral, a força do amor. É somente a força moral que nos dá segurança. Se eu não ligo pra você, se você não liga pra mim, isso chama-se egoísmo e com o egoísmo nascente em nossos corações e impulsionados por nossas mentes não há como chegar lá, não há como ser feliz.

Se eu ligo pra você , mesmo sem te ligar, e lembro que você existe, e que nossas vidas estão entrelaçadas, cultivarei o amor sem mescla, sem esperar de você o retorno, fé nenhuma em levar ou sair na vantagem. Ao passo que sair pela tangente ou jogando beijos para a torcida, só porque fiz alguns gols e ela aplaudiu é demonstração viva de correspondência biunívoca do toma lá, da cá, eu só te amo se você me amar. Eu só te amo se você me agradar.

E assim nos tornamos solitários, onde cada um é uma ilha, e todo mundo é uma ilha, e o mundo todo não passa de arquipélagos, pelados, em santos ou em qualquer outro lugar.

Estando Longe demais das capitais as pessoas se aproximaram, as distancias se encurtaram, mas os olhares se desviaram, as pessoas se desvairaram para a tela do computador, do smartphone ou de um aparelhinho qualquer que cativa toda a nossa atenção e nos prende, sem nenhuma compaixão.

Não temos olhos para a sweet begônia, mas para o fato em foco que foca a destruição em massa ou o artista massificado; temos olhos para ver e ouvidos para ouvir o que não deveríamos estar vendo e nem ouvindo porque não aprendemos a desligar, e nem desconectar.

Nada a ver com o real, com a verdade. É tudo jogo de interesse para se promover, se vender, se corromper, se prostituir. A crônica não é entendida porque não é lida. Não é lida porque não interessam-se por ela. Não interessam porque fizeram a lavagem cerebral ensinando a não pensar ou a pensar somente neles: Topetes, gritos, grifes de roupa, rebolado, álcool, sexo, drogas sem rock and roll, sem objetivo a não ser se acabar; nada a ver...

A música é só mais uma sopa de letrinhas, na qual se fala de tudo, ( “ O tempo não apaga e não desfaz, os beijos....” “Vá embora que eu já estou eu outra”, “Te amo cada vez mais”, “Vou beber mais uma para te esquecer”) menos do que se deveria falar, até porque acreditam que o dinheiro é que fala por nós, ou o que compra o nosso silêncio. Ou quem sabe o poder em forma do beijo da mulher amada ou do homem mal amado, ou armado, ou desarmado, desalmado, talvez...

E assim nos tornamos brasileiros: Na barriga da miséria do populacho, desfavorecidos e desmerecidos, não pelos outros, mas por nós mesmos, longe demais das capitais de um país de primeiro mundo, que não se chama United States Of America, Finlândia, Japão, Brasil, mas uma região denominada consciência pura, com pureza de caráter, uma humanidade com humildade, evangelizada, com o amor em exercício, longe ou perto das capitais, longe ou perto de algum lugar, de qualquer lugar.

Até breve, nobres engenheiros!