Aquilo que me assombra

Os dias longos e exaustos não me tiram desse tédio chamado vida. Meus pensamentos inquietos me levam cada vez mais ao abismo existencial. Por quê?, pergunto-me. Por quê?

Viver tem sido a tarefa mais difícil que tenho de enfrentar nos últimos dias. Buscar um sentido para a vida e simplesmente continuar respirando não é tão fácil quanto muita gente pensa. Nunca revelei essa minha dor por medo de ser julgado. Sempre resguardei dentro de mim mesmo, como se sentir algo fosse errado.

Em um mundo cheio de pessoas misóginas e onde a divergência de ideologias (seja política, religiosa ou até mesmo empresarial) causam guerras e mortes, a única coisa que me senti seguro foi trancar-me e desistir de ser feliz; de ser eu mesmo.

Minha alma grita por socorro. Por onde quer que eu ande, ela sempre está lá. Presente e me torturando. A única coisa que me resta é fingir que estou bem e sorrir para não demonstrar minha fraqueza. Um desespero sem fim. Mal sabem que Frejat estava certo. “E que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero”.

Dias atrás, logo após acordar, ouvi uma frase que me chocou logo de cara. Nunca imaginava que eu fosse tão frágil como todo ser humano. Ouvia a música Titanium, do David Guetta, e imaginava que aquela letra descrevia minha vida. Como se eu fosse de ferro.

“Por que você ainda existe?”, perguntou-me um conhecido que eu sempre admirei e fantasiei que me amava incondicionalmente.

Já havia me auto indagado inúmeras vezes sobre isso, porém, neste momento, foi como se eu estivesse autorizado a morrer. Era o que eu precisava para prosseguir e acabar comigo mesmo. A morte nunca me assustou. Aliás, sempre a admirei. Afinal, uma hora ou outra, todos irão morrer. Concluí que era a minha vez de partir.

Essa é a realidade de muitas pessoas ao nosso redor. A campanha Setembro Amarelo, que luta pelo combate ao suicídio, tem como lema conversar e ouvir sem julgar. A depressão e ansiedade, assim como outros problemas psicológicos, necessitam de amor e empatia. Se coloque no lugar do outro e entenda a pluralidade. Experimente a empatia!

Vinícius Zimmermann
Enviado por Vinícius Zimmermann em 03/12/2016
Reeditado em 03/12/2016
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