Sobre portas e janelas.
- Eu queria muito abraçar você. Acha isso estranho?
Foi exatamente assim que aconteceu, em uma daquelas praças maltratadas da cidade. Cidade? Não, não chegava a tanto. Era apenas um lugar com nome no mapa. Ali, naquele lugar feio e sem vida, ela abriu a primeira porta, se é que o coração tem uma. Dali em diante vieram outras, outras portas. Ah...e janelas, várias delas, dessas largas, com batentes amplos, nos quais caibam dois debruçados, observando juntos o que se passa lá fora, mesmo que sem beleza ou importância. Afinal, amor é um ser vivo. Anda como quer, abraça o que quiser e vê além do que se dá, do que se deu, do que se der.