O que é o desenvolvimento?

Segundo Bresser 'O desenvolvimento econômico é o processo de acumulação de

capital e incorporação de progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da

produtividade, dos salários, e do padrão médio de vida da população'. A afirmativa acima nos leva a crer que a melhor maneira de se verificar o desenvolvimento econômico de uma nação é a constatação da melhoria na qualidade de vida e na renda de cada cidadão, no aumento geral da produtividade em função do maior poder aquisitivo de cada um e consequentemente de consumo. A melhoria na qualidade de vida induz a sociedade ao maior consumo, consequentemente quem produz é obrigado a investir na inovação tecnológica e científica para otimizar a sua produção no intuito de atender essa maior demanda. Nesse contexto estão inseridos o Estado Nação, a sociedade de consumo e os empreendedores. Em uma abordagem básica isso é desenvolvimento econômico, que nos leva a entender que há uma certa ligação com o crescimento econômico em função do aumento da produtividade.

Sobre o Brasil - o desenvolvimento e o subdesenvolvimento.

> Em que patamar encontra-se a nossa nação?

Sem dúvida nenhuma, nos países desenvolvidos a distribuição de renda é bem mais homogênea, tal característica é um dos fatores que faz com que esse ou aquele pais seja ou não desenvolvido. O parque industrial desses países tem como prioridade o desenvolvimento científico, tecnológico e tecnico-profissional, esse último, proporcionado a mão de obra especializada, valorizando seu desenvolvimento. O crescimento vem sempre acompanhado da renovação tecnológica, esse detalhe faz com que o profissional que trabalha na indústria seja melhor remunerado, tenha um melhor poder de aquisição em função de ganhar mais, a empresa envolvida otimiza seu poder de produção e qualidade proporcionando a demanda - que são os trabalhadores - a satisfação no consumo gerando assim mais consumo e mais produção. Teoria simples para um estado Nação com sociedade desenvolvida, a valorização da sua mão de obra através de desenvolvimento técnico, proporcionando melhores salários e melhoria na qualidade de vida. Nos países subdesenvolvidos essa teoria é inversa, as empresas tem um poder de produção maior porém sem a devida valorização da sua mão de obra, não há a valorização técnico-profissional, o poder de valia dos salários não acompanham o poder de produção gerado pelas empresas envolvidas nesse processo. Vemos isso ao analisar as características do processo de industrialização brasileiro e compara-las as características dos

países desenvolvidos, Furtado apontava algumas distorções inerentes a esse processo:

“...o modelo de desenvolvimento industrial do Brasil, que se assemelhou inicialmente

ao americano, veio a parecer-se mais e mais ao europeu da primeira metade do século XIX, à

medida que o próprio país se industrializava e adquiria fluidez o seu mercado de trabalho. A

conseqüência prática de tal situação foi que os salários reais nas indústrias tenderam a

permanecer estacionários no decorrer de todo o desenvolvimento subseqüente. Tal tendência

foi reforçada pelo tipo de tecnologia que prevaleceu em toda a primeira metade do século XX,

orientada no sentido de poupar mão-de-obra. Encontramo-nos, assim, em face de uma situação em que convergem uma oferta totalmente elástica de mão-de-obra e uma tecnologia que poupa

mão-de-obra. Ora, se os salários reais se mantiveram de maneira geral estáveis no decorrer

dos últimos decênios, subtende-se que os benefícios da elevação da produtividade foram absorvidos pelos lucros'. Essa e outras questões é que fazem com que os países latinos americanos - dentre eles o Brasil - não possam ser ainda considerados paises desenvolvidos. Não é apenas um superávit primário positivo ou um aumento na taxa do PIB que irá caracterizar uma nação como desenvolvida ou não, vai muito mais além, trata-se também de uma boa distribuição de renda, condição social e qualidade de vida dos seus cidadãos. O crescimento e desenvolvimento econômico de uma sociedade Nação não é definido apenas pelo número da taxa de juros, ou pelo montante de capital que gira em sua economia; não é o montante das exportações e importações realizadas, não trata-se apenas da capacidade de produção e demanda, mas sim, de diversos fatores, entre eles o desenvolvimento socio-economico. O Brasil não é ainda uma Nação desenvolvida, mas com certeza é uma nação cuja sociedade a cada dia busca o desenvolvimento.