IGUAL À MUITOS MARANHENSES

Desde quando sair de São Luís do Maranhão, no ano de 1988, não foram poucos os óbices que encontrei pelo caminho até fixar residência na cidade histórica de Mariana, Minas Gerais. Não quero dizer com isso que os óbices cessaram, não, eles não cessaram. Mas hoje com mais experiência e mais atento às nuances que envolvem a vida, sinto-me mais seguro para continuar seguindo...

Por uns tempos senti na pele, tive uma ideia do que é viver no mundo como um cigano. Isto é, viver sem ter um lugar fixo, ficar mudando de um lugar para outro, assistematicamente. É dolorido, não desejo isso nem para o meu pior inimigo. Mas graças a Deus, dei a volta por cima. E hoje, posso dizer que me sinto num paraíso.

Nunca fui um jovem desajuizado. Mesmo com todos os óbices, sempre cri que uma hora as coisas iam melhorar. Não deixei com que as dificuldades do caminho se transformassem em subterfúgio para me tornar um drogado ou coisas afins. Sempre mantive uma regularidade no meu comportamento e sempre respeitei a individualidade alheia. E tais valores tenho-os comigo até o presente.

Antes de me estabelecer em Mariana (primeira cidade fundada em Minas Gerais), morei em Ribeirão das Neves, Contagem, Betim, Juatuba, Ponte Nova.

Se tem uma coisa que eu admiro em Minas Gerais, é o número de municípios desenvolvidos. Pouquíssimas cidades mineiras fogem do campo do desenvolvimento. Ao contrário, do estado do Maranhão que tem mais cidades pobres, que beiram a miséria.

São Luís, por ser capital, talvez, escape a situação calamitosa dos outros municípios que compõem o Estado do Maranhão. E, eu, como maranhense, não poderia deixar - mesmo morando longe - de lamentar a situação e, ainda mais, em se tratando de educação, aí que a coisa desanda.

Eu, igual à muitos maranhenses, tivemos a sorte ( se assim posso dizer!) de nos arranjarmos fora do Estado do Maranhão, em prol de uma busca de uma vida melhor, em prol de tentar resgatar o que não conseguimos no nosso lugar de nascimento.

A Lima
Enviado por A Lima em 15/11/2016
Reeditado em 15/11/2016
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