PRECISANDO DESABAFAR
Noite, já bem tarde, telefonei para alguém que não me atendeu. Talvez seja bem tarde. Mas também eu não ia dizer nada, era só para sentir um certo apoio, que amigo nem precisa falar, que já alivia.
Tenho estado triste um tanto, não muito,mas necessitando muito de falar com alguém bom. Pausa. Nada sei dizer.
Ontem vi um filme na TV, uma história de amor entre um homem maduro quase, e uma mulher de uns quarenta ou mais. Ambos com uma vida familiar bem formada, bem construída, comum e tudo em seus devidos lugares funcionando normalmente aparentemente. Dizendo melhor de tais casados e vida bem estabelecida no lar e no trabalho, mas em que a vida diária rolava sem novidades, tudo em seus devidos lugares, coisa  comum entre os casais que se julgam normais.
Mas a vida estava lhes reservando um encontro de amor, muito bem vivido.
E isto foi bom de assistir,pois é o melhor que pode ocorrer entre um homem e uma mulher.
Eles acabaram se encontrando ao final do dia ao deixarem seus trabalhos. É aquela hora em que não é muito alegre voltar pra casa. Melhor tomar um cafezinho ou uma cerveja, bater um papinho com alguém.
Os dois simpatizaram logo um com o outro mesmo considerando serem felizes nos seus próprios casamentos. Eu também simpatizei com os dois pois amar é a melhor coisa nesta vida. Eu pessoalmente, não fui feliz nesta área e compreendo demais como se sente com ou sem amor.
Uma coisa que tenho de sobra é a compreensão. Tenho muita compreensão com os seres humanos. E daí amar logo cada um que conheço, pois vejo através do seu jeito e sua fisionomia.
Bem, eles se amaram, e acabaram  amando cada vez mais, querendo mudar de vida para viverem uma nova vida um com o outro.
Separarem-se de seus companheiros e família é que ia ser difícil.
E fizeram planos, pareciam dois jovens se amando pela primeira vez.
 Eu , de cá da TV, acompanhei com bastante emoção tudo que sentiam. Compreendi também os seus parceiros que se entristeceram com muita decepção e raiva.Os sofrimentos de cada um foi muito tocante e me sensibilizou demais.  Compreender o outro abre uma compreensão para si mesmo, os próprios problemas e vida que leva. Tipo de coisa fora da hora. mas acontece, às vezes.
E desde  ontem estou entristecida.
Meus filhos estão aqui neste feriado e é muita emoção estarmos juntos.
De repente falei pra eles como foi minha lua de mel em Paris, assim sem mais nem menos. Veio aquela lembrança que a lua de mel foi uma decepção não absorvida. Contei que ao deixar o navio, seguimos de trem para Paris. Uma viagem longa e eu fiquei na janela do trem vendo as plantações de uvas de uma beleza extraordinária. Adorei ou me fascinei com o que via e  o desejo enorme de comer uvas. Em Paris vendiam uvas com fartura nas esquinas das ruas. E eu queria chupar uvas, comprando-as. Mas foi julgado uma besteira, uma perda de tempo, algo a que aceitei sem eu me por na posição em que me encontrava ali. Frustrada fiquei, mas o desaponto nãoi foi elaborado.
E falei encerrando tal lembrança, que até hoje eu não elaborei aquele desacerto e não sei como são as uvas de PARIS. QUE NUNCA SABEREI.
E tal desabafo me lembra outro sofrimento que me atingiu hoje. Pelo noticiário da TV passou as imagens e informações que,  as cabines de telefone vermelhas da Inglaterra foram retiradas  e jogadas fora, algumas virando um cantinho de internet pública. FORAM JOGADAS FORA!
Ninguém vai na Inglaterra para ver o chapéu da rainha ou a própria RAINHA. Mas muita gente vai lá curtir e ver ao vivo aquelas famosas e charmosas cabines telefônicas vermelhas.
 
MLuiza Martins