Carmen
Começava a chuviscar. Mas chuvisco de primavera que ainda trazia resquício do gelo do outono. Carmen me puxava com força pela mão. Eu seguia-lhe. Pude reparar que era uma bela mulher. Morena jambo, cabelos encaracolados, bundinha empinada e belas pernas. Percebi que fui injusto com ela, pois era muito mais bonita que a Carmen do trabalho. Sua risada era gostosa e provocante. Já estava ansioso de chegar na gafieira e abraçar aquela bela mulher.
Realmente o tempo parou enquanto dançávamos. Sentia um prazer que jamais sentira antes, abraçado àquela bela morena e sentindo seu corpo jovem roçando no meu. Seus seios amassados em meu peito, suas coxas encaixadas às minhas, sua bunda rebolava indecentemente. Seus cabelos batiam em meu rosto, sentia o seu cheiro, não conseguia identificar a fragrância, mas era alucinógeno. A mulher toda cheirava a desejo. Só dei por mim quando estávamos colados dançando uma música lenta e a gafieira praticamente vazia. Ela parou, me olhou, beijou minha boca e disse:
Carmen saiu e tentei alcançá-la, mas era rápida. Sumiu. Voltei à gafieira e só vi alguns velhos bebendo numa mesa. Perguntei se ela já iria fechar. Disseram-me que a antiga gafieira já tinha fechado há anos e em seu lugar ficara esse bar.
- - Carmen! Carmen! Carmen!
- - Carmen, por que aquele dia que te chamei você fingiu que não me ouviu?
- Quando?
- Ontem, no largo da Lapa.
- Não passei, ontem, por lá. Tá doido?
- Esquece.
- - Oi.
- Oi. Nos conhecemos?
- Não, mas você sabe meu nome. Um dia passei por aqui e você me gritou, mas estava com pressa.
- Carmen?
- Sim.
- Uma coincidência. Que coincidência! De longe você parecia com uma amiga do trabalho que se chama Carmen.
- Nossa! Sério? E você a acha bonita?
- Sim. Muito.
- Sinto-me elogiada.
- hahahaha
- hahahaha
- Quer dançar?
- Não posso, tenho que ir para casa, minha esposa me espera, e…
- Ah, vamos, é rápido, é ali na gafieira do beco.
- No beco tem uma gafieira?
- Sim, toda a Lapa é uma gafieira.
- hahahaha
- hahahaha
- Que horas são?
- Não importa, quando a gente dança o tempo para.
Começava a chuviscar. Mas chuvisco de primavera que ainda trazia resquício do gelo do outono. Carmen me puxava com força pela mão. Eu seguia-lhe. Pude reparar que era uma bela mulher. Morena jambo, cabelos encaracolados, bundinha empinada e belas pernas. Percebi que fui injusto com ela, pois era muito mais bonita que a Carmen do trabalho. Sua risada era gostosa e provocante. Já estava ansioso de chegar na gafieira e abraçar aquela bela mulher.
- - Chegamos!
- Nossa, uma gafieira bem aqui e não a conhecia.
- Ela é nova, mas as pessoas são da antiga.
- Sei, pode ser. Não vejo ninguém conhecido
- É só a nata, Francisco.
- Ei, como você sabe meu nome?
- Sei lá, mais uma coincidência.
- hahahaha
- hahahaha
Realmente o tempo parou enquanto dançávamos. Sentia um prazer que jamais sentira antes, abraçado àquela bela morena e sentindo seu corpo jovem roçando no meu. Seus seios amassados em meu peito, suas coxas encaixadas às minhas, sua bunda rebolava indecentemente. Seus cabelos batiam em meu rosto, sentia o seu cheiro, não conseguia identificar a fragrância, mas era alucinógeno. A mulher toda cheirava a desejo. Só dei por mim quando estávamos colados dançando uma música lenta e a gafieira praticamente vazia. Ela parou, me olhou, beijou minha boca e disse:
- - Tenho que ir.
- Já?
- Viu, não disse que o tempo pararia?
- Sim. Você é um sonho?
- hahahaha
- hahahaha
- Tchau, Francisco, a gente se vê.
- Mas, espera…
Carmen saiu e tentei alcançá-la, mas era rápida. Sumiu. Voltei à gafieira e só vi alguns velhos bebendo numa mesa. Perguntei se ela já iria fechar. Disseram-me que a antiga gafieira já tinha fechado há anos e em seu lugar ficara esse bar.
- - Você parece ser bem jovem para ter conhecido a gafieira.
- Ei, filho, parece que viu fantasma!
- hahahaha
- Não, não foi um fantasma, mas uma deusa chamada Carmen.