Alucinando.

Sabe aquele momento que a gente se pega pensando no "se"?

Se tivesse feito tudo de outro jeito, se as palavras tivessem sido outras, se ao invés do não houvesse um sim... O que teria acontecido?

Talvez tudo fosse diferente, talvez tudo fosse igual, não há como saber.

A única certeza que temos é que aconteceu tudo errado. Não existe culpado ou inocente nessa história, só existem vítimas.

Somos, os dois, vítimas dos nossos erros, nós dois erramos, nós dois fomos orgulhosos e teimosos, nós dois lutamos contra um sentimento que não acabou e não vai acabar nunca, apesar dos nossos esforços.

Somos reféns dessa história que se transformou em nossa prisão.

Somos cúmplices de um destino cruel, que conspirou contra nós durante tanto tempo.

A resignação é a nossa redenção? Temos de aceitar calados e passivos o desfecho que se desenha para nossa história? Eternamente apaixonados e separados?

Confesso que não me satisfaz esperar e assistir passivamente, uma vez que por mais que minha vida tenha andado e se desenrolado durante todo esse tempo, a metade exata dela pertence a você e a esse amor surreal que eu sinto.

Isso me enlouquece um pouco por dia, me machuca, me faz sangrar, perder o fôlego, me faz sentir atada a algo que eu não desejo a ninguém.

O amor não deveria causar sofrimento, amor deve ser leve, deve te purificar e é esse amor me envenena. É como uma droga que vai acabando comigo aos poucos, que eu sei que me faz muito mal, mas que não consigo viver sem.

A abstinência de você é muito pior. Sim, eu conheço os dois lados, sei como é sofrer sua ausência e digo, com conhecimento de causa, que prefiro a overdose a ficar sem você.

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 03/11/2016
Código do texto: T5811973
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