Avançando no tempo
(Samuel da Mata)

Normalmente eu almoçava na rua, o trabalho ficava a mais de 30 km de casa, mas neste dia, frente ao acontecido, corri para casa.

Minha filha, embora tivesse feito 12 anos no sábado, fora covardemente atacada com ovos e farinha por um grupo de meninas da escola naquela segunda-feira. Meninas estas que ela nem conhecia.

Sujaram-lhe as roupas, os cabelos, os livros e ainda lhe deixaram alguns hematomas de ovos lançados à distância. Foi pra casa em prantos e voltou acompanhada da mãe que exigia da direção da escola alguma medida de repressão a violência do ato. Todavia, a diretora ridicularizou a reclamação,, dizendo tratar - se de uma modernidade a qual a reclamante precisava integrar - se. Foi quando me acionaram.

Eu, avançando no tempo, passei logo no mercado e comprei uma cauxa de ovos e fui direto pra escola falar com a tal diretora. Com um sorriso largo de ironia, eu disse a ela:
- Sou ultra moderno, e como prova disto, quebrarei todos estes ovos na sua cara. Para manter-me atualizado, repetirei a cena todos os dias até que tenhas identificado e punido os agressores de minha filha.

Na mesma tarde, seis alunas receberam suspensão de três dias e a escola saiu da tal modernidade em favor da ordem e do respeito mútuo.
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 01/11/2016
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