DE ZERO A CEM ANOS, UMA NOVA VIDA, TODO DIA!

Uma luz de maneira súbita e voraz invade o interior dos olhos e, com aspecto ofuscante deixa-nos sem visão por alguns segundos. Apenas assistimos vultos, somente sentimos mãos, captamos que algumas vozes invadem nossos ouvidos e vibram em nossos tímpanos. De outra forma, apercebemos um estalar de palmadas em nosso corpo. Então, sentimos uma vontade incontrolável de lacrimejar, de gritar e de nos mexer. O que será isso, o que está acontecendo, quem são essas pessoas ao nosso redor? Ao mesmo tempo, saboreamos um aroma bom, um gosto apetitoso na boca, de leite de peito. São muitos lances que concomitantemente nos atropelam e ficamos sem entender, sem compreender, quando do ventre materno nos achamos nesse novo mundo.

De tal modo, nos apresentamos à humanidade, quase que compelidos, derrubados e empurrados a experimentar, ver e ouvir. E não sabemos nem o que é o pensar, mas tão só respondemos aos estímulos que nos rodeiam. Temos que ir em frente - é a lei da vida! Desde o momento que vimos à luz, iniciamos uma sequência de percepções, estreamos um ciclo de ações que temos que vencer e depurar para poder alcançar a próxima etapa. É um inferir e absorver constante, de 0 a 100 anos. Não para! Há um estímulo, há um feedback. É clarividente que se perfazem constantes mudanças que rondam nossa existência. O pintor e escritor alemão, Herman Hesse, nos afirma que “a ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer, precisa destruir um mundo”.

De certo, tudo é essa leitura constante e incessante dos ambientes; das pessoas e dos livros; histórias, passado, presente e do futuro. É mais do que parece! É um interagir de anseios e emoções, de forças vibrantes e de alcances de referências para apreender que mesmo distintos, inevitavelmente somos todos iguais. Somos sim: um ponto de vista, um mar de experiências; somos mais do que nos acreditamos e do que podemos. John Locke, filósofo inglês, nos escreve que “ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que lemos”. É imperioso o predizer e se perguntar. E destarte também quantificar, qualificar e trabalhar ideias, juízos para a constatação dos limites que se sobrepõem a todos.

Esse crescimento é também uma astúcia de vanguarda. Igualmente, a evolução e o aperfeiçoamento requerem esse espírito de insatisfação positiva. Tal anseio deve ser incentivado para que mais perguntas sejam perpetradas e novas respostas sejam colhidas; para que mais portas sejam abertas e que as tecnologias se aprimorem. Além disso, se faz relevante essa leitura dinâmica para que a epifania do entendimento nos seja, portanto, o acesso a um conviver entre todos - harmônico. Se houverem conflitos, que nos pareçam, todavia dissídios que nos entornem à liberdade de conhecimento, de sabedoria e a uma ação de inteligências múltiplas. É indispensável angariar visão holística e internalizarmos que todos têm mesma origem. Sejamos ricos, pobres, brancos negros, mulatos, asiáticos, europeus, católicos ou protestantes. Somos todos iguais. Não importa a crença, não implica o posicionamento político, social e econômico. Podemos ter perspectivas que não se encontram, mas a raça humana deve ser defendida. E essa interpretação para uma abertura mental e ideológica, somente será apoderada com um espectro descarregado de preconceitos ignorantes e intransigentes, de almas tortas e de olhares difusos.

Outrossim, é que há de se considerar que a apreciação humanizada deve ser estimulada desde a mais tenra idade, para nos constituir mais tolerantes para com o outro. Aquela faz-nos, indubitavelmente, sermos criaturas menos atribuladas, menos assoberbadas de crises existenciais ou de padrões modais de beleza. Assevera-nos, George Eliot, romancista britânica, que “a responsabilidade da tolerância está com os que têm a visão mais ampla”. Tal forma de leitura é a decodificação não somente de uma letra, palavra ou uma oração, todavia é, aglutinadamente, desvendar a vida e enxergar adiante; é pensar e agir com a certeza de que há uma era superior a ser construída. Essa realidade somente está esperando pela nossa iniciativa, por nossa força, entusiasmo e motivação para começar. Nesse padrão, o coração deve bater mais forte para menos arrogância, menos tristeza e menos egoísmo. A leitura é assim - este renascer para uma formação renovadora do homem e para uma nova vida, todo dia.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 30/10/2016
Código do texto: T5807508
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