Dia do Poeta

Dizem que de médico, poeta e louco, todos nós temos um pouco. Pode ser.

Mas o meu pouco de poeta é muito pouco mesmo.

Quando escrevo uma poesia sinto-me tão diminuto que até perco a vontade de continuar escrevendo. Dirão os psicólogos que isto é complexo de inferioridade. É... é capaz de ser.

Mas o fato é que me sinto tão pequeno diante de verdadeiros poetas, que certa feita, tendo em mente a poesia de Fernando Pessoa, “Que Suave é o Ar”, escrevi “Já Dizia Pessoa” (publicado no sitio do Recanto das Letras), no qual constato que a minha alma não é literatura e que tudo o que escrevo acaba em nada.

Quando penso em Cecília Meireles, abrindo seu poema “Motivo”, com o verso “Eu canto porque o instante existe”, ou vejo as crianças com o olhar de Cruz e Souza, cintilando como estrelas e florescendo como esperanças (“Beijos”). Quando relembro o “Soneto de Fidelidade”, do Vinícius de Moraes e, ainda, Carlos Drummond de Andrade cantando o amor em vários poemas, como em “O Tempo Passa? Não Passa”, “As Sem Razões do Amor” ou “O que se Passa na Cama”, e em tantos outros Poetas com “P” maiúsculo, sinto tamanha admiração que me ponho a indagar porque escrevo poesias, se há quem faça isso muito melhor do que eu?

Não sei a resposta e, talvez por isso continue escrevendo, na esperança de um dia, quem sabe, ser bafejado pelo talento de algum verdadeiro poeta, para, como eles, poder expressar toda beleza da vida e sublimar os sentimentos.

Nesse “Dia do Poeta”, consagro a eles, os verdadeiros poetas, todo o meu respeito e agradecimento pelos momentos de encantamento que proporcionam.

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 21/10/2016
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