A depressão de Kéfera

Inicialmente, antes de adentrar às motivações que me impulsionam a escrever este texto, convém realçar que eu sequer conhecia a Youtuber que atende pelo nome de Kéfera há menos de 24 horas atrás.

Minhas sobrinhas a conhecem e apreciam seu trabalho.

Como trata-se de nome incomum, descobri que tem origem egípcia.

Atuando com uma investigadora 007 no quesito 'paparazzi', busquei informações e descobri que trata-se de uma paranaense de meros 23 aninhos de idade, inteligente aos extremos, engraçada em demasia, atriz profissional, com dois filmes 'bombando' nas bilheterias do Brasil e aclamada por inúmeros adolescentes e jovens brasileiros.

Sem dúvida: a Youtuber Kéfera é um sucesso!

O que me surpreendeu foi a notícia veiculada ontem, de forma ampla, acerca da despedida abrupta da celebridade das redes sociais.

Sim, a mídia noticiou de forma exaustiva que a comediante estaria despedindo-se do seu público, sem data definida e não sabiam precisar se haveria um possível retorno.

Os fãs da moça foram ao delírio, imploraram para que ela retornasse o mais rápido possível, remeteram palavras de conforto e carinho, dentre outros mimos e sinais de amor e compreensão no momento turbulento vivenciado pela atriz.

Lógico que outros desejaram, criminosamente, que ela cometesse o suicídio, outros afirmaram categoricamente que era uma estratégia de marketing, dentre outros prognósticos.

Neste mérito não adentro! Sou em extremo ocupada para lidar com mentes perversas e pequenas.

As notícias evidenciam que a Kéfera estaria muito depressiva em função da enfermidade de uma tia-avó que encontra-se em estado terminal vitimada por uma neoplasia.

Insisti nas inevitáveis investigações e descobri fatos e relatos mais que interessantes para o meu observatório humano: a bela Kéfera, outrora, moça alegre, revela, aos prantos que dinheiro é bom, que possuir, praticamente, 10 milhões de seguidores nas redes sociais é formidável, mas que viver é melhor! Que a vida é uma outra coisa!

Atenta aos detalhes, notei que num dos posts, a humorista fotografa agarrada a um livro do escritor e psiquiatra Augusto Cury. Noutro, deixa-se fotografar com numerosas lágrimas rolando em sua bela face.

Nas recentes fotos, parecida com uma adolescente desconcertada, a sempre alegre Kéfera, agora exibe lágrimas teimosas no rosto, diz que precisa de um tempo para rever sua vida e alerta os seus seguidores a valorizarem os seus familiares, mormente os mais velhinhos.

Diante das notícias, fotos e relatos, mais uma vez, reitero minha arraigada convicção de que a vida deve e merece ser vivida de forma única, plena e que as posses e conquistas angariadas na trajetória existencial, se o homem não se aperceber, servirão para custear tratamentos psiquiátricos imprescindíveis, uma terapia de ponta, cominados com caríssimos ansiolíticos, antipissicóticos e antidepressivos ultramodernos.

Constato, à duras penas, que é preciso ter cuidado redobrado com as conquistas efêmeras e passageiras neste mundo velho e enganador.

Percebo que o frágil ser humano não deve, sob hipótese alguma, ser dominado pelo dinheiro, mas ter ciência que o vil metal é necessário, contudo não pode ir além de um provedor de alguns confortos terrenos e ponto final.

No entanto, é imprescindível que o homem tenha ciência que, não raro, justamente por ser 'dinheiro', o mesmo cobra um alto preço dos seus amantes inveterados e detentores habituais.

O sujeito deve ter domínio de suas emoções, escolher ser feliz em detrimento de viver de maneira equivocada, ansioso e desesperado por adquirir cada vez mais alguns tostões e milhões que, não raro, custarão sua vida e alma.

A Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todas as espécies de males; e que muitos, nessa cobiça, se desviam da verdade.

Assevera ainda, que nada, absolutamente nada, trouxemos para este mundo e manifesto é que nada levaremos dele.

E finaliza recomendando: Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos com isto alegres.

Retomando ao caso da bela Kéfera, como mulher cristã, adotei-a em minhas orações, pois a moça, mesmo exibindo em muitos de seus posts um largo sorriso e uma ímpar irreverência, é perceptível aos mais sensíveis e graduados na 'escola da vida', que a atriz já vinha sofrendo há algum tempo; mas, como excelente atriz que é, conseguiu a façanha de representar inclusive na sua vida real. Longe dos holofotes, não conseguia distinguir realidade e ficção.

Em dado momento, não resistindo à dupla faceta interpretativa, agora encenando sua história real, deixou, de forma sublime, que a máscara da falsa alegria caísse por terra.

Graças a Deus que a máscara ruiu e a youtuber ainda teve a humildade e sensatez de acenar para os seus milhões de seguidores a dor existencial experimentada, a depressão que a vitimiza e o desejo de repensar valores morais nesta curta e fantástica jornada, que comumente é batizada de 'VIDA'.

Que o exemplo da Kéfera sirva de lição para seus 10 milhões de 'seguidores' que agora podem 'seguir as dores' da sua estrela, estenderem as mãos e orarem em prol da sua vida.

Aí, sim, a Kéfera sentir-se-á realmente amada e compreendida, pois estes fatores são inevitáveis para o triunfo e superação das suas dores e tormentos!