O valor do voto

Comecei a receber, nos últimos dias, via Wpp, de forma reiterada, vários textos repassados por colegas e conhecidos, garantindo que os votos nulos/brancos poderiam causar um enorme prejuízo aos políticos, sendo a hora do eleitor ‘vingar-se’ diante das urnas, pois, segundo o texto, se 50% dos eleitorado brasileiro votasse nulo/branco, seria mister a realização de novas eleições, uma vez que os candidatos inscritos não iriam obter um número mínimo de votos, etc e tal.

Atenta e meneando a cabeça com desconfiança e fúria, lembro-me muito bem das aulas de Ciências Políticas, do razoável conhecimento adquirido na jornada da vida e entendi que aquela notícia não era procedente.

Silenciei, mas fiquei inconformada, pois percebi que muitos brasileiros poderiam cair naquela ‘pegadinha’ sem pé e nem cabeça.

Desta feita, ontem, de forma exaustiva, foi publicado um excelente texto, reproduzido por diversas outras mídias, asseverando justamente o contrário do afirmado no texto viral, que estava, na verdade, prestando um desserviço ao cidadão.

De acordo com o Código Eleitoral, o voto nulo é uma escolha do eleitor e a nulidade se dá em casos de fraude na eleição. Desta feita, é comum o povo confundir o voto nulo com a anulação das eleições. No entanto, são duas situações totalmente díspares e com características próprias, não devendo jamais serem confundidas.

Para o cientista político da USP, Flávio Britto, é fundamental que o eleitor tenha clareza de que votar nulo ou em branco são direitos, mas que os votos não influenciam no resultado final da eleição.

E prossegue o professor: "Esses votos podem servir como uma forma de protesto, mas é preciso deixar claro que eles não influenciam no resultado final e muito menos numa possível anulação”.