Santos deuses do Olimpo

Passada a euforia das homenagens aos deuses, talvez eles não estejam tão satisfeitos assim com o palco onde criaram e perpetuaram os jogos, mas creio termos feito bonito, transformando tais jogos em verdadeiras batalhas pela superação, num país que pouco ou quase nada investe, nos tornamos de fato os verdadeiros medalhistas campeões.

Excetuando-se os esportes de forte apelo popular, como o futebol masculino, por exemplo, pouco se fez e pouco se faz, pelos nossos atletas e onde fica a Cidade de Deus, Boa Vista de São Caetano e aquela pequena cidadezinha, quase uma vila, de onde surgiu o herói canoista, recordista com o maior número de medalhas, do Brasil, numa mesma edição?

Coisas de Deus, da Cidade de Deus, de Boa Vista de São Caetano e de Ubaitaba, capitais da superação.

Injustiça com a turma da Marta e para com a guerreira Formiga, mas não dá para dizer que os deuses são injustos. Dado ao investimento, apoio e reconhecimento, até que elas se superaram.

Creio que só o futebol e o vôlei têm Confederações, no que, aumenta em muito, as suas obrigações.

Quase todo menino -e agora meninas também, praticam o futebol.

A Grécia está mergulhada em crise e nós, sempre vivemos na crise, o que torna o resultado final algo surpreendentemente emocionante, agora, imaginem, se tivéssemos VERGONHA NA CARA?

Se não competíssemos conosco mesmos, se falássemos a mesma língua, se nadássemos em água de verdade, velejássemos ou remássemos sem tantas garrafas pet ao redor, teríamos mais campeões, mais medalhas, mais deuses e mais heróis.

Como deve doer em quem compete e como dói em quem assiste, tamanha garra e tantos talentos desperdiçados por falta de investimentos e de boa vontade, por parte daqueles que abdicaram da saúde e da educação...

...e enquanto isso, no pátio da escola, alunos cheiram cola.