Ruas escuras da vida - Cidade da Perigo Consentido

Qual problema há em eu fazer coisas sozinho? Você precisou de mim. Agora não precisa mais.

Só por que você está acompanhado e eu sozinho, não quer dizer que eu esteja sofrendo, me contorcendo por dentro.

Eu estava sozinho, você era o melhor na classe ruim que eu encontrei naquela maldita esquina da vida. Você estava ridículo com aquela camisa branca lavada mil vezes, aquele jeans puído – que pessoas desatentas achariam facilmente que você comprou daquele jeito.

Eu te olhei, pisquei e você sorriu. Era ingênuo, porém com olhar perigoso me olhou. Mesmo assim me aproximei, demos os braços e seguimos. O perigo me atrai...

Achas que eu não sabia que tu irias me deixar? Doce engano com gosto de gelatina sem sabor era o teu.

Tal como uma criança que se solta das mãos dos pais e corre ao encontro de uma vitrine de brinquedos no shopping, você correu. Correu para uma vitrine, melhor, para um cara bonito, que qualquer pessoa se sentiria ganhador do Big Brother Brasil por tê-lo em seus braços por uma noite sequer.

Se divertiu com aquele brinquedo usado, o fez de gato e sapato. Mas, você voltou. Foi ruim eu te ver sendo brinquedo dele? Foi ótimo! No fundo, doía. E eu soube que eu não te pertencia.

Agora, quando te vejo nas ruas e vielas da rua, enquanto você sorrir falsamente para os caras que estão do teu lado, vejo que basta tu passar teu olhar por mim para que caia lágrimas dos teus olhos. E eu sinto o maior prazer em levantar o dedo do meio para você.

Não queria eu participar da Lei do Retorno..., entretanto, você me deu algo e eu tive que retribuir. Você me descuidou e me destratou. Com descuido e destrato eu te trato.

Diego B Fernandes Dutra
Enviado por Diego B Fernandes Dutra em 06/08/2016
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