FAXINA MENTAL – O VERBO É UM “START”

Uma ação é um produto de um pensamento. Mas o que antecede o pensamento, o que há por detrás das ideias que andam em nosso intelecto? Tudo em nós é um misto de experiências, estudos, leituras, absorção do que a vida nos oferece e de como respondemos a ela. Pode ser um trauma psicológico sob uma aflição que nos envolve, ou uma extrema alegria que nos marca para cada instante em que vamos nos expor nos momentos bem vividos. Nossos cinco sentidos nos auxiliam a assimilar o mundo, e nos fazem mais audaciosos ou mais reservados; mais intrépidos ou mais cautelosos. Nascemos para sermos felizes, para o aperfeiçoamento pessoal e para sermos melhores dia a dia. Alguns acreditam que já vivemos séculos, muitas vidas; outros creem que estamos neste planeta Terra para a evolução espiritual; há ainda os que afirmam que somos apenas animais humanos, que como todo animal selvagem vive uma vida só e após a partida, tudo se esvai e se acaba. Por outro lado é extremamente salutar saber o que podemos fazer para o bem viver. Seria ir a uma festa e beber sem parar até não aguentar mais; será a contemplação do sorriso agradecido de uma criança ou quem sabe vivenciar uma vitória após muito esforço; dançar, correr, cantar, se esbaldar em tudo o que for prazer, alegria e diversão, será?

A palavra é também a expressão materializada e organizada de nosso raciocínio, na vontade para compor uma ação e reunir, por exemplo, um grupo para que sejamos uma Unidade em nossos desígnios. De fato em tudo deve haver comunicação, deve existir interação, integração e esperança. Seja em uma arte plástica exposta em uma galeria; talvez em uma canção de um poema musical; em uma peça teatral, quiça em um desenho sobre a areia. Em cada gesto, mesmo sem som, há uma expectativa de que o outro nos veja, nos sinta, nos compreenda, que se alegre ou nos valha em superar cada dificuldade. O verbo está lá para libertar. A palavra proclama, é composta de sentimentos ocultos, tons, força, suavidade; expressa uma dor, uma exultação, uma tristeza, ela é tudo que se possa trazer à tona; uma verdade, uma calúnia, ou um algo mais para resolver e amparar o dia.

Todo vocábulo nos ensina, nos remete a uma lembrança, nos propõe uma mudança; ele salva e nos retrata uma segurança e uma referência de ações que serão realizadas. Dizem que quem sabe ouvir, sabe viver; que quem sabe falar, pode arrastar multidões; que quem vive o que diz pode ser lembrado para toda uma história de um povo, de uma nação. Grandes personalidades foram exemplos dessa trajetória, desde Jesus Cristo, João Batista, os Apóstolos, Moisés, Abraão, homens que se tornaram paradigmas para vários povos e nações. Sobretudo esses homens são arquétipos para aqueles que almejam uma vida terrena acertada, uma vida espiritual indulgente. São pessoas que buscam estar em harmonia, que buscam o prumo pessoal para propagar ações comedidas a uma humanidade sensata, caridosa, mais solidária, mais empática. Tudo isso para uma valorização altruísta, de forma digna e benevolente. Por vezes somos conhecedores do domínio que a palavra encerra em nossas existências. A potência da palavra se mal empregada pode perpetrar em nós sentimentos de angústia, de ira e de rebeldia. Por muitas vezes não discernimos, não visualizamos como as expressões vocabulares nos marcam e podem até nos fazer a modificar o percurso da vida.

Vale a pena pensar antes de falar, isto é, é relevante que avaliemos o que iremos externar, pois uma frase mal dita pode acarretar um enorme estrago, uma fala bem dita pode construir uma algo mais razoável, pode edificar um ambiente aprazível. Um verbo é um start do bem ou do mal. Ademais é oportuno refletir antes, na forma, na tonalidade em que se expressam os termos. O que diferencia, não raramente, se uma crítica será construtiva ou não, será o tom em que tudo é revelado. Às vezes temos que aguardar a hora mais propícia, o favorável ensejo para dizer algumas coisas. Dessa forma o silêncio igualmente, quando impresso nesses momentos de tensão, pode ser a ideia mais aconselhável. Nessa perspectiva é bom prestar a atenção se o que está imperando é a razão ou a emoção. Quando a emoção é preponderante nas horas de conflito, pode ocasionar transtornos ainda maiores.

Certo dia, Thomas Edison chegou em casa com um bilhete para sua mãe. Ele disse: “meu professor me deu este papel para entregar apenas a você.” Os olhos da mãe lacrimejavam ao ler a carta e resolveu ler em voz alta para seu filho: “seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e não há suficientes professores ao seu nível para treiná-lo. Por favor, ensine-o, você mesmo!” Depois de muitos anos, Edison veio a se tornar um dos maiores inventores do século. Após o falecimento de sua mãe, resolveu arrumar a casa quando viu um papel dobrado no canto de uma gaveta. Ele pegou e abriu. Para sua surpresa era a antiga carta que seu professor havia mandado a sua mãe, porém o conteúdo era outro que sua mãe leu anos atrás. “Seu filho é confuso e tem problemas mentais. Não vamos deixá-lo vir mais à escola!” Edison chorou durante horas e então escreveu em seu diário: “Thomas Edison era uma criança confusa, mas graças a uma mãe heroína e dedicada, tornou-se o gênio do século.” Existem certos momentos da vida onde é necessário mudar o “conteúdo da carta” para que o objetivo seja alcançado…

Em suma, palavras propõem incitamento no inconsciente humano. É viável e necessário que façamos uma faxina mental para eliminar o que for negativo, pois as palavras têm poder e podem acabar produzindo verdadeiramente o que for dito. Cultivemos o bem, a paz, o que é positivo, pois assim, acreditamos que estaremos nos direcionando para um estado de equilíbrio, de controle e de tranquilidade mental, emocional e psicossomática para uma vida saudável e harmônica.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 31/07/2016
Reeditado em 31/07/2016
Código do texto: T5714719
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