HÉCTOR BABENCO X JOSÉ LOUZEIRO

Conheci José Louzeiro, editor de Policia do Jornal ÚLTIMA HORA, por volta de 1976, no Rio de Janeiro. Ele já um veterano da imprensa carioca. Eu reiniciava minha carreira de jornalista como repórter de economia do jornal do mesmo grupo da ÚLTIMA HORA, cobrindo o pregão da Bolsa de Valores, cujo Departamento de Imprensa era chefiado por Jackson Moreira, com o qual trabalhara no jornal O DIA, de Teresina. Depois, vim para São Luís do Maranhão onde estava morando minha família, após a morte do meu pai, que fora ludovicense da gema e poeta natural como todos os maranhenses.

Em 1979, já trabalhando no jornal POSIÇÃO, de propriedade do poeta e jornalista Carlos Cunha, falecido aos 58 anos de idade. Reciclado como profissional da mídia impressa, e estudante de Direito na Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas, produzi reportagens interessantes para o jornal POSIÇÃO. Carlos Cunha gostou de todas elas, como, por exemplo, sobre o Matadouro da Liberdade. Famoso na imprensa carioca, com a publicação do livro LUCIO FLAVIO – O PASSAGEIRO DA AGONIA, o escritor maranhense José Louzeiro, a convite de Carlos Cunha, veio à sua terra natal. O anfitrião ofereceu a ele e à sua companheira Lindalva, ambos na meia-idade, um jantar na sua própria residência, no conjunto Radional, ao qual compareceram poetas e jornalistas, entre eles Marinaldo Gonçalves e João Alexandre Junior, ambos já falecidos.

Héctor Babenco e José Louzeiro passaram para o cinema os romances LUCIO FLAVIO – O PASSAGEIRO DA AGONIA e PIXOTE, dois sucessos de bilheteria do cineasta Héctor Babenco, recentemente falecido de parada cardíaca em São Paulo, logo depois de lançar nos Estados Unidos seu último longa-metragem MEU AMIGO HINDU, tendo como ator principal o norte-americano Willem Dafoe. O filme foi produzido em Nova York com a participação de atores dos Estados Unidos e brasileiros.

Eu, que assisti MEU AMIGO HINDU, sábado, lançado pela Tv Globo, fiquei bastante emocionado com o longa autobiográfico, e ontem, assisti a uma das últimas entrevistas no Canal Livre da Tv Bandeirantes dada por Héctor Babenco. Disse ele, entre outras coisas satíricas e verdadeiras, que “o cinema está acabando”.

Passei pelas redações dos jornais DIARIO DO NORTE, DIARIO DO POVO, O ESTADO DO MARANHAO, JORNAL DE HOJE, TV DIFUSORA e RADIO EDUCADORA RURAL DO MARANHAO, da Igreja Católica. Tive o privilégio de experimentar total liberdade de imprensa, durante a Ditadura Militar. Na emissora católica, aposentei-me.

samuel filho
Enviado por samuel filho em 18/07/2016
Código do texto: T5701703
Classificação de conteúdo: seguro