PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER ENXERGAR

Nestes tempos de extremadas posições, difícil é transitar no campo das opiniões sem melindrar os que pensam diferente. O pior são aqueles que se fecham em si mesmo, por orgulho ou ignorância, tornam-se avessos a qualquer abertura que não seja o que vê e acredita. Nisso não diferem de torcidas futebolísticas, torcem, e pronto. Acontece que em eventos futebolísticos, passado os ânimos iniciais, o futebol favorece a interação social, são motivos para a socialização ( exceção às torcidas uniformizadas, antissociais), favorece brincadeiras e convívios amistosos. Quando a questão é política, o tempo fica nublado, terreno fértil aos desentendimentos. É certo que a política envolve paixões, mas, sobretudo, coloca-se a realidade como tema, sem subterfúgios; quando ao interlocutor faltam elementos para o debate, há o extremismo e a irracionalidade Assim, recrudescem as posições, indiferentes aos fatos, negaceando o razoável, até justificando o injustificável, tudo para não abrir mão de suas incertas certezas. O mais rasteiro nestes ambientes é a generalização de que todos são iguais, ao verem surgir nas investigações políticos de sua preferência, e não a quem quer atacar, então a justificativa (para si mesmo?) é que ninguém se salva, e que a política é algo imundo, abjeto e desprezível, negando uma das maiores reconquistas da sociedade, o seu direito à cidadania expresso em eleições democráticas. Agem como um pêndulo oscilando entre os extremos da negação geral ao linchamento aos opositores, jamais param para ponderações alicerçadas em raciocínio e informações, são assumidamente autistas vivendo em seu próprio mundo. Essa tipificação não difere do público que vocifera ódio e está propenso a linchamentos morais e públicos, e são mais suscetíveis a serem manobrados, hipnotizados pela Mídia, pelas manchetes sensacionalistas, onde arrotam mantras como quem entende de qualquer assunto, sem perceberem, no mais das vezes,como repetidores automáticos do que ouvem dizer sem questionarem os fatos. Externam os fundamentalistas, incapazes de olhar além dos próprios umbigos, e, como são maioria, representam um perigo, a si mesmo e à sociedade.