Dando vida à luz - Iluminando minha mente furacão.

A casa está fechada. E solitária.

A luz da rua passa tão timidamente pelas brechas da parede... Parece que estão entrando sem que ninguém Perceba.

Mas eu percebi. E continuo olhando atentamente para o lento andar do reflexo.

Quando um carro passa na rua, a luz parece se assustar. Pessoas normais diriam que foi a luz dos faróis do carro que incidiu no teto do quarto.

Mas eu quero que a Luz tenha vida. Eu quero devolver vida a Luz que ela já tem, mas lhe omitem.

Ninguém percebe os reflexos no asfalto quando chove?

No rádio, uma música fala sobre a trajetória de vida e de como passamos a vida toda seguindo o que nos mandam fazer.

Não quero ter que seguir todos os padrões. Eu não posso! Minha mente é demais para o insignificante espaço que os padrões nos concedem. Eu sou demais. Para tudo...

A luz parece ficar fraca.

Meus olhos estão fechando.

Meu sono parece ter desembarcado do último carro que passou na rua.

Lembro das pessoas de mente pequena que passaram por esse quarto.

E que, ao ir embora, me deixaram tão mal. Como eles conseguiram? Pequenos redemoinhos não deveriam abalar um furacão.

Mas numa confusão de vento como num furacão, redemoinhos só chegam para somar.

E eu estou no meio do furacão, como um guarda de trânsito, tentando organizar um trânsito caótico.

Isso está tão urbano! É a minha realidade...

Perco o sono. Parece que imaginar o furacão, fez minha imaginação comandar o furacão a sugar meu sono.

Passo a noite em claro.

Quer dizer, no escuro... Tentando dormir.

Perto da alvorada, sinto que sou o desejo de viajar.

O desejo de promessa de amor.

A violência de uma gota de chuva - irônico, mas mostra tanta sensibilidade!

Sou um caso de uma noite só. Pacote avulso de prazer, demonstração de amor e carinho.

O sol parece ter surgido.

Junto com o canto matinal dos galos-de-campina, bem-te-vis, anuns, pardais e rolinhas, parece que floresce de vez minha esperança.

E eu apago.