Escrever

Escrever é como morrer ou entregar a alma para o diabo na bandeja. Os que gostam desta arte conhecem o lado positivo e o negativo dessa história. Sabem que os tiros chegam de todos os lados, dos mais variados calibres. As críticas são uma constante na vida de quem escreve. Cada palavra é um corte, cada sentença, uma pena de morte. Ainda assim me atrevo a escrever todos os dias.

Existem dois tipos de escritores: os que formulam pensamentos e os colocam no papel para que ganhem o mundo e os que criam milhões de textos, mas não são capazes de publicarem coisa alguma. Estes são os verdadeiros mortais, vieram do pó e ao pó voltarão logo após suas mortes.

Com o surgimento da internet, milhares de escritores colocaram seus nomes na vidraça. Inúmeras crônicas, contos e poemas ganharam vida nova nos monitores de todos os recantos do planeta. A interação entre o escritor e o leitor, foi instantânea. Para o escritor, entendo que foi uma dádiva, um rico achado. Deu a nós, a oportunidade de conversar diretamente com o leitor, mesmo estando em outros países e até mesmo falando em outros idiomas.

Muitas pessoas acreditaram que os livros impressos haviam chegado ao fim, o que não aconteceu. Eu, por exemplo, gosto de registrar, nas páginas que leio, minhas observações à medida que vou discutindo comigo mesmo os diversos assuntos. Essas observações permitem que outros leitores que venham a ler o mesmo exemplar, saibam o que eu estava pensando sobre aquele assunto.

Mesmo escrevendo todos os dias, meus textos nunca ficam prontos, sempre encontro algo para corrigir, acrescentar ou até mesmo deletar. Acredito que meus escritos só estarão prontos quando eu morrer. Aí sim, não terei mais o que fazer, será o ponto final da minha caminhada literária. Admiro os que escrevem e publicam seus textos de imediato. Estes são infinitamente mais corajosos do que eu.

Infelizmente a leitura está perdendo terreno para a televisão. É bem mais confortável assistir a um filme sentado em uma bela poltrona do que ficarmos passando páginas e páginas de velhos livros, ainda mais se tivermos uma tela de plasma.

__ Ah! Já estou esperando o seu julgamento, ele fará um bem enorme para o meu Ego e afagará minha consciência. Fará, sem dúvida, parte da minha história, me impulsionará para que eu continue escrevendo e publique todos os textos e poemas que tenho guardado entre minhas pedras preciosas. Ou quem sabe, me derrubará para sempre, tudo é possível.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 18/07/2007
Reeditado em 04/10/2017
Código do texto: T569401
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