“Pai, afasta de mim, esse cálice”! Jesus disse esta frase na hora de sua tortura física quando estava nas últimas horas de vida. Pedia e clamava que Deus o tirasse de tanto sofrimento. Ele não reclamou dos algozes, o povo que o levou à crucificação, um castigo crudelíssimo da época, destinado a malfeitores: ladrões, assassinos e outros condenados. O povo livrou o ladrão e condenaram Jesus, um inocente. Nenhum dos dois mereciam tal sorte embora Barrabás, o ladrão fosse, pela época e circunstância, o mais indicado à morrer. Mas a paixão popular venceu e Jesus morreu crucificado.

Passados mais de dois mil anos ele ainda luta para sobreviver no pensamento, na alma das pessoas, na fé em um Deus Pai, o realmente e verdadeiro Todo Poderoso.

Na terra, onde devemos trabalhar e conseguir o pão, com o suor do próprio rosto, todos, de um jeito ou de outro, lutam para sobreviver, pois a vida é uma luta diária, de minuto a minuto, de segundo a segundo.

Uns lutam para manter seu empreendimento, outros lutam para conquistar seu lugar ao sol, outros, simplesmente lutam para conseguir o alimento do dia mediato. Mas a luta pela sobrevivência atinge a todos, simplesmente a todos. Todos lutam com as armas de que dispõem.

Desde os seres invisíveis aos maiores e mais visíveis há a luta pela sobrevivência. Animais que para sobreviver tornam-se ferozes e atacam em bandos e outros como o mofo e o ferrugem que ataca tudo que encontra silenciosamente e sistematicamente para manter-se vivo e atuante.

Mas o que choca a visão, e não falo da humanidade das pessoas, é o fato de alguns seres humanos sobreviver do lixo, digo, dos lixões quando disputam a sobrevivência com os urubus.
O que choca a visão é o menino morto na praia cujos pais estavam fugindo da morte e lutavam pela sobrevivência de um país em guerra ou assaltado por marginais.

A luta pela sobrevivência choca os olhos de quem não tem muito o que fazer que é a população pobre ou média e mesmo os ricos. Qualquer um pode dar um prato de comida, uma sopa, mas não resolve o problema da pobreza que é uma questão que envolve a criação de condições de trabalho, dignas, com higiene e segurança, questão que envolve política pública de criação de postos de trabalho e não simplesmente de paliativos que tender a manter o ser dependente da pobreza eterna, dos favores de políticos oportunistas.

Enfim, se houvesse uma política de criação de emprego, de postos de trabalho para a população como um todo, todos nós não estaríamos presenciando urubus (aves) esperando a morte de um ser agonizante na África, ou os urubus disputando alimento com seres humanos, nos lixões.

Os urubus de terno e gravata que só pensam em seus bolsos espreitam, com olhos inchados de esperteza a hora de enfiar a mão no bolso dos pobres, daqueles que vão aos lixões buscar sua sobrevivência, cobrando impostos pra lá de escorchantes, porque aqueles que estão disputando com os animais a sua sobrevivência pagam pesados impostos para que os urubus da política se locupletem.

É a falta de humanidade, de crença em um poder superior que leva os homens a tal atitude. E o que penso. Quando o homem voltar seu olhar para o sofrimento do crucificado que deu sua vida para que ele se salvasse da morte espiritual, então a sobrevivência do ser humano será menos, muito menos traumática.

Desde que o relativismo impera no mundo a vida está quase impossível. Há um relativismo com respeito a fé, à verdade, à ordem, à tradição, à família. É preciso resgatar os valores de caridade, de moral individual e social, não de esmolas, de ajuda mesmo, aquela que levanta o ser do caos espiritual dando-lhe coragem para a luta e consciência que ele tem valor e pode conseguir, a custa própria, seus bens de vida, sua felicidade terrena.

Aqui na terra estamos todos, todos, lutando pela sobrevivência. Que Deus proteja a sua criação dos estragos do relativismo que leva todos a morte espiritual, seja pela fome, pela guerra, pela apatia, , pelo desânimo.

 
MVA
Enviado por MVA em 06/06/2016
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