Mãe, verbo não tão perfeito

Dia das mães é dia de homenagear aquela que nos deu a vida, que nos criou, que nos educou, que nos ensinou as coisas mais básicas que precisávamos aprender. Mas nem toda mãe é assim. Aliás, não existe mãe perfeita. De tanto observar as pessoas, cheguei a algumas conclusões...

As propagandas só mostram o lado bom das mães. Mãe cor-de-rosa, meiguinha, carinhosa, aquela que sabe tudo, que adivinha o pensamento do filho, que nunca erra. Mas, antes de ser mãe, aquela pessoa é uma mulher, com todos os defeitos e dores de um ser humano comum. Mãe não é mulher-maravilha. Mãe erra sim senhor. Às vezes, erra muito feio até. Tem mãe que erra tanto que acaba afastando o filho. Porque o amor, seja ele qual for, é algo que não se impõe, mas se conquista. Diariamente, nas pequenas milhares de coisas e nas poucas grandes coisas. Mãe é pra ser porto seguro. Mas tem mãe que é mar agitado... O fato de ter gerado um filho não muda seu jeito de ser, nem faz com que esse filho seja obrigado, como que por decreto, a amá-la. Tipo assim, é mãe, tem que amar. As relações humanas são complicadas e essa não é exceção. Devia ser, mas não é. Quando pequenos, os filhos são meio que "manipulados" pela mãe, de quem dependem. Mas, conforme crescem e adquirem mais vivência, a perspectiva muda. E eles perdem aquele "amor cego". Não necessariamente deixam de amá-la. Aliás, poucas vezes deixam, porque esse laço é muito forte. Mas a relação torna-se difícil, desgastada, penosa mesmo. E o afastamento é inevitável... E, quando a gente se afasta de alguém, nem sempre sabe pegar o caminho de volta. Por isso os consultórios dos analistas vivem cheios!

Esse tema é vasto e dá uma tese de mestrado... Ainda bem que falo de algo que não é a regra. Mas, independentemente de quão difícil seja essa relação, uma coisa é certa: com raras exceções, o amor está lá! Pode estar tão coberto por mágoas que tem quem nem reconheça. Mas ele existe. É um amor machucado, doído... Um amor que não soube amar. Um amor tão orgulhoso que finge que nem se importa. Mas aquela mãe imperfeita, que não soube conquistar naturalmente o amor dos próprios filhos, os ama muito e incondicionalmente. Ainda que não o saiba demonstrar e até finja não ligar.

Nesse dia das mães, vou pedir para Deus arrancar o mato desses caminhos desfeitos, para que esses filhos possam perdoar os erros de suas mães e voltar para abraçá-las, na certeza de que, se nasceram naquele lar, é porque é ali que deve se dar o aprendizado. De ambas as partes.

Paz e luz a todos...
Rosa Pinho
Enviado por Rosa Pinho em 09/05/2016
Reeditado em 09/05/2016
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