Do Amor, Olhos.
Um canto simplório,
De poesia sem voz,
De uma tristeza de mim,
Apagada nos meus trapos,
Os traços que de ti, desenhei.
Te usei de inspiração,
Além de rasos traços,
Canção.
Cada erro da vida sem intenção,
Se decorre de não ter perdão,
É deixar-se morrer os segundos,
Pra morrer em segundos.
Na parede lhe rabisquei,
Por faltar teu retrato,
Pra não se sentir sozinho.
Sonhei a tua falta,
Bem te quis - e sonhei-te feliz,
Sonhei sua voz e acordei sorrindo,
Sonhei voltando...
Sobreviverei, talvez.
Estraguei o espaço nosso,
Desisti de dois mundos,
Resisti o desassossego.
Trabalhei em mim,
O dom de te ter como presente.
Aceito a solidão - agora.
Dos acasos, mapeei seu mundo,
A gaiola já não estava lá, então,
Agradeço cada segundo de sua falta,
Pra te abraçar - engaiolar - na eternidade.