HUMANOS-RATOS DE LABORATÓRIO
Lembro, e não faz muito tempo, quando íamos pescar no açude durante a noite. Os pernilongos faziam festa nos nossos corpos. Não havia repelente de farmácia. A gente acendia uma fogueira e tomava umas pingas.
Nos piqueniques, eventualmente a gente se machucava. Lavava, secava e colocava mertiolate. Ardia pra burro, mas era um santo remédio.
Pegava uma gripe, era caldo de galinha e inalação. Em dois dias já estava bom.
Problemas estomacais frequentes? Bastava um sal amargo e tudo se resolvia.
Cobreiro? A benzedura curava.
Fraqueza? Biotônico solucionava.
Bastante arroz e feijão, carne de porco, banha de porco, leite direto da teta da vaca, pão assado no forno de barro.
Sobrevivemos, e com saúde!
De repente, passamos a ter colesterol e triglicerídeos altos. Enfartamos, tivemos derrames, cânceres diversos. E não me digam que é pelo fato de vivermos mais.
As crianças são hiperativas, autistas, nascendo com má formação e, em número assustador.
As gripes que antes matavam somente os índios passaram a nos matar também.
O certo é que os laboratórios estrangeiros cresceram exponencialmente e a quantidade de “novos” medicamentos aumentaram na mesma ordem.
Somos um dos maiores consumidores no mundo de Clonazepan, Estatinas e Levotiroxina Sódica.
Existem enormes suspeitas de que a África seja um quintal de experiências com medicamentos. Não bastasse ser espoliada de suas riquezas.
Talvez a América Latina seja muito negligente com relação aos remédios que, em seus países de origem são proibidos. Vide a fluoretação da água, já proibida em alguns países do primeiro mundo...
Quantos dos nossos adquiriram câncer pelo uso indiscriminado de herbicidas, vetados nos países produtores.
De repente passamos a consumir antioxidante, acidulante, emulsificante, estabilizante, espessante, umectante, antiumectante, corante, flavorizante e edulcorante.
Mexemos na genética dos animais. Nossos frangos têm peitos grandes e grandes coxas! Os comemos no natal. Os embutidos? Sabe lá o que é adicionado, aliás, desconfiamos. Um horror!
Até o mosquito foi modificado. Agora ele não mais só nos suga o sangue, ele nos infesta de doenças e quem nos suga são os grandes laboratórios com seus supostos remédios miraculosos e caríssimos.
Os alimentos foram modificados.
Passamos a morrer aos borbotões.
As demências estão cada vez mais precoces.
Ficamos preguiçosos.
Ficamos em depressão.
Os cânceres estão aí...
Emburrecemos de vez e ficamos apáticos...
Será mesmo que nos transformamos em homens-ratos de laboratório?
Se a química medicamentosa e alimentar nada tem a ver com isso, não sabemos. Mas, merece uma reflexão.