O ABC na folha da vida: o remédio e a droga

Nos primeiros anos de vida há a formação humana e espiritual. Continuamos o aprendizado sobre o que é ser "gente". Aprendemos o comportamento racional, aquele que deveria prever a próxima ação, antes que ela ocorresse, ou seja, o pensamento crítico, pensar antes de agir. Todavia agimos sempre assim, com perícia, prudência e cuidado? Realmente somos formados para sermos humanos, para sermos dignos de nós mesmos? “Quando a cabeça não pensa o corpo padece” diz um ditado popular.

Nesse alinhamento, afirmam estudiosos da biologia e da espiritualidade que, desde o ventre materno, somos formatados, que começamos a perceber o mundo externo, a interpretar sons, tons, vozes, silêncios, sentimentos. Que estamos recebendo e absorvendo informações e, já iniciamos a escrita de nós mesmos na folha da vida.

Concomitantemente em que nos lapidamos, nos inscrevem, nos auxiliam nesse “abc” da vivência. Os que primeiro nos amparam nesse contorno são, na maioria das vezes, nossos familiares. Vamos, então, desenhando nosso universo cerebral, criando e compreendendo o ambiente em que estamos nos inserindo. Grande responsabilidade essa, de todos que rodeiam aquele que está chegando ao mundo.

Então a criatura é formada sob diversos aspectos no seio maternal, no seio familiar e, de forma complementar, no meio social. Pai e mãe cuidam ou deveriam cuidar da educação, da formação do novo ser que está ali naquela criança. E em uma esfera holística, todos deveriam compreender que são responsáveis por aquela construção e desenvolvimento. A informação que oferecemos e a atitude estarão sempre demonstrando e ensinando algo.

Por vezes pensamentos controversos nos acompanham a todo instante. Isso nos alimenta durante todas as estações do ano, nos fortalece ou nos torna frágeis. E se não temos essa base bem sedimentada, o que é negativo pode prosperar. E aí nesse caminho vivenciamos uma “droga” que entorpece, mas também a que se apresenta como vida fácil; a droga da intransigência; a droga da falta de amor próprio; da indecência; do desprezo; da indiferença e do culto exagerado ao que é material, ao que possa ser somente prazer.

Os caminhos da felicidade e do prazer estão em uma linha tênue, assim como diversas sensações e valores, como: tristeza e alegria, o legal e o ilícito? O que importa é o altruísmo ou o egocentrismo; a integridade ou a corrupção; a empatia ou a ganância; o amor ou o ódio? O que é a verdade, às vezes dói, mas liberta; o que é justo às vezes não satisfaz, mas tranquiliza; o que é certo pode causar choro, mas haverá o reconhecimento como tal após a sucessão do desespero.

A trajetória pode ser longa, pode haver obstáculos, pode haver dores, e é claro, haverá glórias. Cuide bem do outro, cuide bem de você. O remédio e a droga podem ser a mesma coisa em certo ou incerto momento, o que às vezes pode diferenciar é a dosagem. A diferença será dizer e saber para aonde vamos; se sabemos o que queremos e aonde queremos chegar.

Fé, perseverança e visão podem modificar o ser humano para uma compreensão mais humana e de conquista. Pense, veja, faça, previna, modifique a rota, retorne ao seu objetivo e seja feliz, pois é caminhando que se faz o caminho, e a felicidade está na construção dessa passagem e, não somente no êxito do resultado. E quando tudo acabar somente haverá o pó e não dará mais pra voltar atrás.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 03/04/2016
Reeditado em 03/04/2016
Código do texto: T5593610
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