Cartas marcadas

Você já parou para pensar que tudo que é novo, assusta as pessoas? Não necessariamente assusta, mas a estranheza causa desafeto, que leva elas a rejeitarem o que é novo. Isso resume nossa situação política.

Não só a atual, mas a de todos os últimos 100 anos no mínimo. Veja bem, não quero que você me leve a mal, mas eu poderia dizer com quase 100% de certeza, que, na próxima eleição, os candidatos a presidente da república mais bem colocados nas pesquisas, serão, as velhas figuras, que já apareceram em nossas televisões e jornais, disputando os mesmos lugares.

Nós não conseguimos fugir do óbvio. Existem candidatos diferentes, que poderiam fazer um governo diferente, dos mesmos PT e PSDB. Mas a população nunca dará voz a eles. A mesma que sai para as ruas, a mesma que reclama, a mesma que quer o impeachment da presidente.

E ai entra em cena algo extremamente maléfico chamado: manipulação. Os partidos políticos de direita e esquerda farão de tudo para esmagar e tirar qualquer chance, dos candidatos que passam uma imagem diferente. Eduardo Jorge e Luciana Genro que o diga. Foram massacrados e ridicularizados a tal ponto, que ninguém sequer deu bola para o que eles tinham a dizer.

Feminismo, política antidrogas, o aborto. Discussões interessantes, que os transformaram em verdadeiras aberrações, impossíveis de serem escolhidas como opções reais a um cargo de tanta importância. Coitados, as pessoas nem pararam para ouvi-los. Ouviam somente a presidente que tentava a reeleição, dizer que o candidato da direita, iria mexer nos programas sociais mantidos pelo governo. Ganhou, e assim que assumiu, mexeu. Era inevitável, mas a mentira ganha voto.

O mais triste é saber que na próxima eleição, pode repetir um segundo turno com a mesma chata falta de opção. As mídias fazem sua parte, e deixam os que valem a pena em tão baixo nível, que nem dá para vê-los. Quem dirá votar neles. E não adianta culpar a rede globo. A culpa é sua. Você é manipulado o tempo todo por muitas mídias. É chato e triste, mas é difícil não ser.

Então seguimos para a próxima eleição que será a mesma coisa que a outra. O velho jogo de cartas marcadas. Quem ganha não importa, serão todos iguais.