Rumos e angústias

Hoje, eram quinze para as sete da noite, quando começou uma chuva torrencial aqui onde eu trabalho. O lugar estava praticamente vazio. La fora, o barulho da chuva, e aqui dentro, o cheiro do café recém passado. Estava na hora de escrever.

Pensei em falar sobre a chuva, sobre o clima político, sobre os amores que torturam o sono de muita gente à noite. Pensei em várias coisas, e, por incrível que pareça, ainda não me decidi. Vou tentar falar um pouco de cada coisa. Acho que consigo.

A chuva é a melhor amiga da reflexão. Quem nunca parou para ver os pingos caindo e se pegou pensando na vida? Se não fez, faça. É muito bom.

E nessas de pensar na vida, é evidente que o clima político do nosso país vem à cabeça. Isso de impeachment e ministros não ministros. Confuso, porém, muito mais confuso, é pensar em quem irá assumir o governo, caso a presidente em exercício saia do lugar onde ela está. Se houverem novas eleições, quem iria receber a maioria dos votos? Existem candidatos capazes de fazer diferente do que se está presenciando? Ai meu cérebro. Não fui preparado pra isso.

Deixarei de lado a politica para falar de amor. Esse muito castigado pelas pessoas e que muito pouco existe por ai. Vejo, em minha volta, pessoas reclamando de não serem notadas pelos seus "crushs". Talvez por falarem assim, mereçam. Mas mesmo que seja assim, elas não se dão conta do que estão dizendo. Amor significa abdicar. Abrir mão. O amor é chato. É monótono, é o contrario do que essas pessoas estão fazendo. Quando você ama, ama. Não é fiel, pois fidelidade é a imitação do amor. Não precisa de horas e mais horas de badalação, muito menos de outras bocas. Entenderá o que é amor, quando se pegar deitado em uma cama, num sábado à noite, comendo chocolate, e assistindo um filme ao lado da pessoa amada.

Chato, patético, monótono. Está errado, eu penso diferente, ainda pode haver badalações, aventuras, curtição. Não. É isso. As badalações vão se tornando fúteis. As aventuras, de nada adiantam, se não tem quem você ama do lado. E são cansativas. Por isso, quem fala em "crush" não ama. Porque não querem abrir mão dessas coisas. No fundo elas só querem reclamar mesmo. Mas só quando abrirem mão do Mundo de possibilidades para escolherem uma só, irão entender. Daí elas nunca mais falam essa besteira de "crush".

Talvez eu volte essa semana para falar um pouco mais sobre essas coisas. Talvez. Ou talvez eu me perca observando a chuva.