Ponha-se no meu lugar

Eu tenho uma ideia genial, que, de genial não tem nada, para podermos melhorar um pouco da nossa "educalidade". Não sabe o que é isso? Mas é claro, porque eu acabei de criar essa palavra. "Educalidade" é a junção da palavra educação com a palavra realidade. Aí você pode se perguntar: Por que raios ele criou uma palavra? Por que não dizer só educação?

Bem, acontece que, nós costumamos ligar educação com escola. Daí o sujeito cresce um mal educado e a culpa é de quem? Da escola. Ou então dos pais. Mas e se os pais tentaram de tudo, deram tudo o que o garoto ou garota precisava, a culpa é de quem? Pois é, difícil responder essa.

Por isso que criei essa palavra. Por que a educação acaba se combinando com a realidade na qual cada um de nós é exposto. Não é só a escola. Não é só o pai ou a mãe. É um conjunto de realidades na qual somos obrigados a conviver.

Hoje eu vi uma cena que, provou-me que minha ideia nada genial, seria incrivelmente bem aplicada nesse lugar, especificamente, naqueles dois indivíduos.

Um homem parou sua Mercedes-Benz em uma vaga onde funciona o tal do estacionamento rotativo. Para indivíduos menos informados, nada mais é, do que um tipo de estacionamento com tempo máximo para se estacionar, e, com um valor a ser cobrado pelo tempo que o carro ficou ali estacionado. Simples. Mas o homem não gostou.

Sinceramente, para não ser desonesto, não ouvi direito a conversa do homem. Mas vi a cena, que, aliás, foi lamentável. Não sei ao certo, mas pude prever que o homem havia ficado mais tempo do que deveria. Resultado: Uma multa no valor de mais ou menos quinze reais.

Imagina-se que, pelo carro em que estava, o homem iria pagar e simplesmente sair dali, mais nada. Infelizmente, não foi bem assim.

O homem parecia uma fera. Um leão diante da pobre zebra encolhida enquanto o mesmo urrava sobre ela palavras que, se colocasse-as aqui, baixaria o nível deste texto, que, aliás, já está bem baixo. Depois que foi embora, o homem partiu em sua nave, para algum palacete, de algum bairro nobre. Enquanto a moça, muito simples, ficou ali, debaixo do ardente sol, entre lágrimas e muito suor.

Aí é que entra minha ideia. Gostaria que, se existisse um Deus (infelizmente não acredito, mas nunca se sabe), que ele por favor, crie um botão de “educalização”. Explicando melhor, um botão que faça as pessoas trocarem de lugar por pelo menos um dia. Um único dia.

Porque é isso que nos falta. Pormo-nos no lugar dos outros. Quanto mais alta sua posição social, menos importante pra você, aquele caixa do supermercado é. Ou quem sabe a garota do estacionamento rotativo, ou ainda o eletricista, o porteiro, o faxineiro. Um botão desses e muita coisa iria mudar nesse país.

Acho que se ele existir, não deve me ler, claro, porque essa ideia é genial. Ou não, talvez seja só uma ideia. Mas quem sabe, né? Fica a dica.