Madrugadas

Madrugadas: quando absolutamente toda essa gente podre ressona serena sobre leitos imundos, vago, clandestinamente, por dentre minhas vísceras perdidas em um canto qualquer. Um canto de casa, que ferve terrivelmente por um calor escaldante e sem fim; um canto da cama, onde minha amada dorme límpida; um canto deste vento que não quer soprar; um canto dos meus pensamentos que não me deixam dormir. Um canto apenas. Um canto que me perturba, que me embola, que me desarruma. Um canto que me mata.