O QUADRO DE ASSOMBRAÇÃO III

Como de costume na sexta-feira começa o movimento no casarão.

Todos os que foram convidados seguem para um amplo salão.

Diante deles estão postas mesas cheias de variadas comidas.

Homens e mulheres assentam-se para comer e beber.

São todos vencidos pela fome e sede voraz.

Degustam e bebem tudo que vem pela frente rapidamente.

O farto desejum termina com os convidados ouvindo:

_ Senhoras e senhores boa noite.

_ É o anfitrião que lhes dirige a palavra em tom calmo.

_ Boa noite...

Em eco retumbou a voz de todos dentro do salão.

_ Vamos agora ao principal da nossa festa...

Disse o anfitrião apontando com a mão outra direção.

O som dos sapatos e saltos foi como se arranhasse o chão.

Todos os presentes param juntos diante da porta do quarto treze.

Dessa vez a porta abre sem a ajuda da chave.

Sem nada dizer todo mundo segue o anfitrião.

Nas quatro paredes existem outros quadros pendurados.

_ Eis o que tanto fascina as pessoas...

Falou o anfitrião apontando o 'Quadro de Assombração".

Diante de olhares arregalados uma cena surge.

Um homem vai enterrando treze corpos sem caixão.

O que eles e elas veem acontece dentro do "Quadro de Assombração".

O homem dentro do quadro usa uma corda de canhamo.

Ele puxa o primeiro cadáver até coloca-lo em pé.

_ Se você estivesse vivo e de olhos bem abertos...

Falou o homem interrompendo a fala.

O cadáver do primeiro homem abre os olhos.

A seguir, os demais corpos levantam-se sozinhos.

O homem vestido de brilhante roupa negra decide

e soca com força o rosto dos treze homens mortos.

Cada um deles levou treze socos.

_ Nesta sexta-feira treze faço de vocês meus fantoches...

Parece que os treze homens mortos entenderam.

Responderam ao homem vestido de negro:

_ O senhor está certo...

_ Merecemos o pior dos castigos...

Dentro do cemitério sob a luz prateada da lua

o homem da roupa negra soltou uma sonora gargalhada.

A Seguir, usando treze facões próprios para cortar carne,

enfia cada um no peito de todos os homens mortos.

_ Faz hoje duzentos anos que estou vingando

o que vocês atrevidamente fizeram com minha noiva...

Com o sangue jorrando em seus peitos os treze homens disseram:

_ O senhor está certo...

A cena dentro do "Quadro de Assombração" mudou.

Cada cadáver foi despedaçado por várias matilhas de lobos

enfurecidos e esfomeados.

Os pedaços foram jogados dentro de treze covas rasas.

O "Quadro de Assombração" encerra a cena com as palavras:

Sexta-feira treze do ano dois mil e treze.

Um a um os convidados saem.

O anfitrião fica sorrindo de forma enigmática.

Quem dentro do quarto do "Quadro de Assombração"

contemplasse com atenção o rosto do anfitrião

veria e saberia de imediato que ele é o homem da roupa negra

Dentro do "Quadro de Assombração".

(J C L I S )

DEI INÍCIO A CRÔNICA ONTEM 20:30 HORAS E TERMINEI DE ESCREVER

21:45 HORAS.