Advogado não é pedinte. Olha o respeito, camarada!

Após passarmos nada mais, nada menos que 10 períodos, ou seja, cinco anos dentro de um campus; regozijados, saíamos da instituição com um misto de alívio e zero de saudade, ostentando um belo e suado canudo debaixo do braço e muita, muita aspiração depois da inevitável transpiração.

Ora, isto é fato.

Corremos como malucos, estudamos e nos tornamos amantes de um frio Vade Mecum, estagiamos em diversas empresas e instituições, estudamos desesperadamente para conquistar a imbatível carteira da Ordem dos Advogados do Brasil e depois sorrimos aliviados com a certeza de missão cumprida.

Fim do calvário.

Rumo ao brilho!

Reconfortados, conversamos com amigos mais experientes, recebemos palavras afetuosas, animadoras e que nos dão um superpoder para enfrentar os não poucos embates promovidos pela nova profissão.

Felizes, bradamos aos quatro cantos: E que venham demandas, papai!

Assim, como seres inquietos por natureza, lutamos com unhas e dentes, conquistamos nosso lugar ao sol, estamos vendo, literalmente, a cor do dinheiro investido duramente num exaustivo curso, dormimos mais tranquilos e a crise já não nos mete um pingo de medo, afinal, sempre precisarão de um advogado, caramba!

Maravilha!

Desta feita, como bom causídico que somos, costumamos ler vários periódicos e jornais, afinal, informação é poder!

Desta feita, num desses materiais que lemos esta semana, tomamos ciência de uma advogada criminal que levou vários tiros, sendo dois deles no peito e não morreu em virtude do silicone constante nos seios da vítima abrigar ‘carinhosamente’ as balas.

Sortuda!

No entanto, no decorrer da matéria, o jornalista autor da matéria assevera que a sobrevivente afirmou ser o advogado apenas um MERO PEDINTE e que quem decide as contendas é o juiz.

Sabemos que o juiz realmente atende nossos pleitos quando o convencemos e o direito do cliente é patente. Entretanto, não nos sentimos confortáveis e nem acatamos amistosamente que nos rotulem de ‘pedinte judicial’, sob hipótese alguma, ora bolas!

Estudamos em Ética, que o advogado é essencial ao exercício da justiça e para que um magistrado sentencie determinada lide, mister se faz que haja, na grande maioria dos casos, a intervenção indispensável de um causídico.

Desta forma, percebemos que se nos calarmos diante dos vários títulos e honrarias perversas e infames que deselegantemente nos coroam, tais como: ladrão, mentiroso, e agora ‘pedinte’, aonde vamos chegar?

Tem uma frase que faz parte do nosso caráter e que diz assim:

Se você não tomar as rédeas da sua vida, te colocarão arreios!

Vovó dizia: Se você se abaixar demais, os fundos aparecem!

Rejeitemos todos estes rótulos e títulos discriminantes e vexatórios que tentam nominar e associar à figura do advogado, pois para defendermos o cidadão, primeiramente temos que sair em defesa dos nossos mais íntimos interesses e ideais.

Finalizando, lembramos uma tirada do ‘sábio’ Frank (ou Francis) Underwood do seriado House of Cards, quando afirma com aquele olhar sarcástico tão peculiar ao personagem:

"Se não gosta de como a mesa está posta, vire a mesa".

Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 06/01/2016
Reeditado em 20/01/2016
Código do texto: T5502165
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