Memórias de uma barata octogenária V

Não, não... Não é como Kafka nos vê que eu penso. Eu sei que já disse que Kafka é profeta, mas os profetas também se equivocam. Também não me comparo com Gregor. Gregor era algum idiota que se escondeu no quarto por ter feito alguma coisa bem pior e sentia vergonha. E Kafka não falava de baratas, mas de homens. Os homens que não se enquadravam à sociedade eram como insetos, esmagados por ela. Nós, baratas, desprezamos os homens. O homem está em extinção, mas, nós, as baratas, somos o futuro da humanidade.

Rodiney da Silva
Enviado por Rodiney da Silva em 02/01/2016
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